Não começou com a atual Copa de Clubes da FIFA a tentativa dos americanos em popularizar o futebol por lá. Antes disso, houve um investimento grande no Mundial de 1994, vencido pelo Brasil em campos do país. Passada a festa, o negócio não engrenou como se esperava em terras do Tio Sam. A precursora dessas tentativas ocorreu na década de 70, quando investimentos maciços tentaram mudar o panorama amador que imperava nos campos dos Estados Unidos.
O pontapé inicial dessa tentativa de virada ocorreu com a chegada de Pelé em 1975 ao New York Cosmos. Aos poucos, outros astros veteranos juntaram-se a ele em times nos quais figuravam “craques” como zeladores latinos, estudantes universitários e operários europeus da construção civil.
Além de recrutar estrelas estrangeiras, a liga de futebol dos Estados Unidos tentou algumas inovações para facilitar a compreensão do esporte para o público local. Uma das maiores dificuldades consistia em fazer os fãs entenderem que o jogo poderia terminar empatado, algo completamente fora da compreensão para torcedores mais habituados com modalidades como beisebol e basquete.
De forma a driblar esse problemas, os dirigentes americanos definiram que os jogos terminados em igualdade seriam desempatados com uma disputa de pênaltis. Só que não eram as cobranças convencionais. A invenção era para lá de bizarra e foi batizada de “shootout”. Posicionado a 32 metros da meta, o cobrador podia correr com a bola e tinha 5 segundos para definir o lance, enquanto o goleiro avançava desesperadamente na sua direção, tentando fechar o ângulo. Confira aqui um vídeo com uma compilação de “shootouts”:
Cada time tinha cinco oportunidades de marcar. Não raro, o duelo ganhava tons cômicos. Em boa parte das vezes, o goleiro levava vantagem, o que aconteceu com o próprio Pelé, quando ele se arriscou em um “shootout”. O pênalti americano foi abandonado em 1999. Agora, os Estados Unidos seguem o “padrão Fifa” — e aceitam até quando um jogo termina empatado.