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A guerra de versões sobre o envolvimento de políticos no esquema do INSS

Enquanto a CPI do INSS dá seus primeiros passos na tentativa de esquadrinhar o esquema criminoso que roubou 4 bilhões de reais de aposentados e pensionistas, governo e oposição travam uma guerra de versões na comissão sobre quem sairá mais desgastado da investigação parlamentar — e sobre quais políticos serão atingidos em cheio.

O tiroteio entre os adversários pode ser um sinal de que a CPI tem de fato potencial para complicar a situação de congressistas e autoridades que teriam se beneficiado dos descontos ilegais em valores pagos aos idosos. Mas pode ser também um presságio, como ocorreu em casos anteriores no Congresso, de um acordão para enterrar a apuração, diante da possibilidade de todos — governistas e oposicionistas — sofrerem prejuízos.

“A CPI do INSS vai morrer cedo”, diz o senador Humberto Costa (PT-PE) quando questionado sobre o provável surgimento de nomes de políticos entre os beneficiários do esquema do INSS. Já o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), lembra que “certamente” há políticos envolvidos, pois o inquérito do caso está sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal, o que ocorre quando há agentes com prerrogativa de foro sendo investigados.

Sem citar nomes, Randolfe Rodrigues insinua que estão envolvidos na roubalheira oposicionistas e integrantes do PL. O partido de Jair Bolsonaro, segundo ele, recebeu doações de um dos investigados pela comissão. “Quem conhece essa especialidade, quem é especialista, é o PT”, rebate o senador Izalci Lucas (PL-DF), referindo-se aos esquemas de corrupção protagonizados pela legenda de Lula. “Por isso o Randolfe está falando isso”, acrescenta.

Em linha com o colega de oposição, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) diz que não se pode equiparar doações de campanha com propina recebida de empresários.

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Senador vê com preocupação cancelamento de depoimento de ‘Careca do INSS’

No meio do bate-boca, há quem acredite que o suposto envolvimento de políticos é motivo de chantagem. O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), levantou essa suspeita após o cancelamento do depoimento do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, considerado operador do esquema.

“Ele usou toda a repercussão na imprensa para mandar recados aos sócios e aos padrinhos: se for abandonado, pode falar tudo o que sabe”, declarou Viana. Já o relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), disse que a comissão “ainda não chegou a esse patamar”, mas admitiu que há, sim, a possibilidade de políticos estarem implicados na roubalheira . “Desconfiança, sempre há, mas vamos trabalhar com fatos concretos”, declarou.

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