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A grande personalidade da Flip 2025 é mulher, negra e política

Sob aplausos incessantes por longos cinco minutos, Marina Silva foi recepcionada calorosamente no auditório da Matriz na noite desta sexta-feira, 1, dentro da programação da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). A ministra do Meio Ambiente se emocionou diversas vezes em sua fala ao longo de uma hora e meia de duração. Ela falou sobre sua liderança no Ministério, a forma como encarou os desafios diante de duras críticas e ofensas proferidas tanto no Congresso Nacional quanto no Senado Federal recentemente. E também como entende os dilemas que a COP30, a ser realizada em novembro, no Pará, devem opor ainda mais as visões de mundo entre as economias globais. Falando diretamente a respeito da atuação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e também da China, Marina criticou o primeiro e não poupou elogios ao segundo.

“Vivemos um momento desafiador, como todos nós estamos observando. A maior potência bélica e econômica do planeta sai do acordo de Paris e decide não só apoiar guerras bélicas como também faz guerras tarifárias. Isso tudo faz com que esse contexto seja ainda mais difícil. Por outro lado, a COP30 não tem outra alternativa, a não ser fazer um grande mutirão de 196 países que, por consenso, tem que decidir que a partir de agora não tem mais o que protelar. A primeira pergunta que se faz é: ‘mutirão para quê?’. Só pode ter uma resposta: para implementar o que já foi decidido. Nós decidimos, graças a insistência da ciência, de que não poderia ultrapassar em 1,5 graus a temperatura da Terra se não a gente entra em ponto de não retorno. Para que isso aconteça, é preciso fazer investimentos”, disse Marina Silva, lembrando da Rio 92: “São 33 anos e com ganhos que não podemos negar. Não por acaso, um dia desses o embaixador [André] Correa [do Lago] dizia: ‘a China mudou boa parte dos seus investimentos em função das convenções’. Hoje ela é a maior exportadora de tecnologia para transição energética do planeta. E isso foi uma decisão tomada olhando para as negociações e acordos que foram firmados nas convenções”.

Ao final da apresentação, Marina foi surpreendida com a presença de Alessandra Sampaio, viúva de Dom Phillips, assassinado ao lado de Bruno Pereira na Amazônia, há três anos. Ela presenteou a ministra com um livro.

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