Após uma derrota esmagadora na instalação da CPMI do INSS, o governo Lula fez a lição de casa e chega mais organizado para a segunda reunião do colegiado que investigará descontos indevidos por associações e empréstimos consignados sem o consentimento dos pensionistas. É isso pelo menos o que vem sendo dito por aliados do Palácio do Planalto no Congresso.
Os parlamentares da base já definiram uma estratégia para evitar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saia desgastado desse processo. Uma das preocupações é blindar o petista para evitar que a corrida eleitoral de 2026, quando ele deve concorrer à reeleição, seja contaminado.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, recebeu deputados e senadores da base na noite desta segunda-feira no Palácio do Planalto.
Por ali, alinharam quer todos cheguem cedo para estarem a postos para colocar o combinado em prática.
O primeiro ato é tentar aprovar um plano de trabalho paralelo ao que deve ser defendido pelo relator Alfredo Gaspar, deputado alinhado ao bolsonarismo e bastante crítico do governo.
Em paralelo, os governistas querem interferir diretamente no recorte temporal da CPMI. O cenário preferencial, de acordo com fontes próximas a Lula, seria que a comissão se debruçasse sobre os descontos feitos desde os anos 90. A avaliação é que isso diluiria as investigações e dificultaria que eventuais problemas na gestão petista centralizassem as atenções.
A outra possibilidade é concentrar as apurações desde 2019, já que há o diagnóstico de que os descontos indevidos aumentaram durante o governo de Jair Bolsonaro e o ex-presidente, principal rival politico de Lula, seria o nome mais desgastado pelo colegiado.