O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que o governo discute a possibilidade de zerar as tarifas do transporte público em todo o Brasil no ano de 2026. O ministro afirmou que a proposta está em estudo e que pode ser a bandeira do governo em 2026. “Nós estamos fazendo nesse momento uma radiografia do setor a pedido do presidente Lula. Ele sabe que esse tema é importante para os trabalhadores, para o meio ambiente e para a mobilidade urbana”, disse Haddad durante entrevista ao programa Bom dia, Ministro. O tema é sensível e delicado para o mercado financeiro. Na última sexta-feira, 3, o assunto já havia repercutido mal na Faria Lima depois de o deputado Jilmar Tatto afirmar que a proposta estava em estudo pelo governo. A medida pode custar cerca de 100 bilhões de reais por ano aos cofres públicos.
A reação do mercado nesta terça-feira, 7, é mais pesada. No início da tarde, o Ibovespa destoava do bom humor no mercado internacional e recuava 1,5%, abaixo dos 142 mil pontos. O dólar comercial subia 0,5%, cotado a 5,34 reais. “Mercados domésticos operam sob pressão fiscal crescente, mesmo diante de dados econômicos mistos e de um ambiente internacional ainda favorável ao risco. A aprovação, pela Câmara, da isenção de IR para salários de até 5 mil, aliada ao fortalecimento político do governo, aumentou a preocupação dos investidores com o rumo das contas públicas e com possíveis medidas de viés populista, como a proposta de tarifa zero no transporte urbano”, avaliam os analistas da Genial Investimentos em relatório enviado a clientes.
Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:
