O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu nesta quarta-feira, 6, o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, para uma reunião no Kremlin, em uma tentativa de última hora de evitar novas sanções americanas. O encontro, que durou de cerca de três horas, ocorre a dois dias do prazo dado por Donald Trump para que Moscou aceite um acordo de paz na guerra da Ucrânia.
Segundo Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin, as partes trocaram “sinais” sobre a questão ucraniana e discutiram a ampliação da cooperação estratégica. Detalhes, no entanto, só serão divulgados após Witkoff relatar o resultado a Trump. Embora o Kremlin tenha avaliado a conversa positivamente, analistas consideram improvável um avanço, com Putin mantendo as mesmas condições apresentadas há anos para encerrar o conflito.
A visita ocorre em meio à crescente frustração de Trump, que ameaça impor tarifas de até 100% a países que compram petróleo russo, com foco em Índia e China. Na terça-feira, 5, o presidente americano conversou por telefone com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, discutindo novas medidas de pressão econômica contra Moscou.
O Kremlin considera ilegais as ameaças de penalizar parceiros comerciais e, segundo fontes ouvidas pela Reuters, Putin dificilmente cederá ao ultimato, convencido de que mantém vantagem militar. Entre suas exigências estão a neutralidade da Ucrânia, a proibição da expansão da Otan para o leste, a proteção a falantes de russo e o reconhecimento das áreas anexadas — pontos que Kiev rejeita.
Desde que as negociações diretas foram retomadas, em maio, a Rússia intensificou os ataques aéreos, incluindo o mais letal contra Kiev desde o início da guerra, que deixou 31 mortos e mais de 150 feridos. Para Zelensky, apenas um cessar-fogo total e uma cúpula de líderes podem encerrar o conflito.
