O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido de criação da CPI do Crime Organizado e, por isso, maior candidato a se tornar relator da investigação parlamentar, critica o STF por ter imposto limites a operações da polícia do Rio de Janeiro em comunidades contra facções e milícias, a exemplo da deflagrada na última terça-feira.
“A ADPF das favelas criou um grande tapume: ‘não vamos olhar daqui’, finge que não existe, e, no Rio de Janeiro, vai fingir que é normal ter convivência próxima com o crime armado. Reduz a letalidade policial, mas as pessoas continuam submetidas ao crime, sem liberdade, sendo agredidas, violentadas, exploradas”, afirma o emedebista ao Radar.
Vieira diz que a situação do Rio é “muito complicada”, mas lembra a existência de “problemas muito graves” também em estados do Norte e do Nordeste – como Bahia e Ceará.
Delegado da Polícia Civil de Sergipe, o senador avalia que a segurança pública é uma área “complexa”, mas que, ao mesmo tempo, “não tem grandes segredos: exige inteligência, integração de forças, planejamento e continuidade”.
Se confirmado na condução da linha investigativa da CPI, Vieira pretende fazer um diagnóstico sobre o crime organizado no país, estudar soluções em estados que conseguiram reverter a expansão da criminalidade violenta e, ao final, ouvir autoridades da Defesa.
“Não faz sentido ter ações de patrulhamento urbano do Exército, a não ser em situações muito pontuais, (mas) é importante conectar segurança pública e Defesa, de modo estruturado, cada um com sua atribuição”, diz.