Prioridade do governo Lula em 2025, a ampliação da isenção do Imposto de Renda virou tema de disputa política entre dois caciques políticos de Alagoas: o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL). Rivais históricos na política alagoana, os parlamentares são relatores de dois projetos de lei praticamente idênticos que, nas próximas 24 horas, podem ser aprovados pelo Senado e pela Câmara.
O projeto relatado por Lira, elaborado pelo Planalto, pode ser votado pela Câmara ainda nesta terça-feira, 23. A sinalização veio do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que se reuniu na manhã de hoje com o colega e com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). Após o encontro, Motta incluiu na agenda de hoje uma sessão extraordinária do plenário, sem pauta — no momento, o presidente da Casa se reúne com lideranças partidárias para costurar um acordo pela aprovação.
Também na manhã desta terça, Renan apresentou seu relatório à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, presidida por ele próprio — após um pedido de vista, a votação do texto foi agendada para a próxima sessão, que ocorre amanhã. O projeto tramita em caráter terminativo, ou seja, não precisa passar pelo plenário e poderá ser enviado diretamente à Câmara após aprovação pelo colegiado.
No conteúdo, os dois projetos de lei diferem muito pouco entre si: ambos sugerem zerar o imposto de renda para brasileiros que ganham até 5.000 reais por mês e criam uma taxa adicional para quem ganha mais de 600.000 reais por ano, cuja alíquota seria progressiva até ser fixada em 10% para rendas anuais acima de 1,2 milhão de reais. Na prática, a única distinção se refere à população que teria uma redução proporcional no IR — o texto de Renan estabelece uma tributação progressiva na faixa de renda entre 5.000 e 7.000 reais, enquanto a proposta de Lira eleva esta margem superior para 7.350 reais mensais.
