Carlos Bolsonaro deu um chilique no fim de semana, chamando os governadores bolsonaristas e pré-candidatos à presidência de “ratos”, mas ninguém comentou como ele começou o “desabafo” contra aliados do pai.
Foi assim que o Filho Zero Dois de Bolsonaro iniciou o ataque a Ratinho Júnior, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Tarcísio de Freitas: “Tentei, até agora, ser a pessoa mais paciente possível diante desses chamados “governadores democráticos”. Mas os fatos, todos os dias, me provam que não há como levar nenhum desses sujeitos a sério”.
Ora, Carlos Bolsonaro não é nenhum líder político relevante na extrema direita para justificar que estava sendo “paciente” antes de soltar os cachorros em Ratinho, Caiado, Zema e Tarcísio.
Recluso, reclamão, encrenqueiro com os próprios familiares – vide Michelle Bolsonaro – e detentor do mandato menos relevante do clã, o vereador mostra novamente viver fora da realidade, dizendo que milhares de aliados fiéis, ao contrário dos governadores, são “presos políticos” como o pai, alguns deles “torturados diariamente”.
Tortura foi o que aconteceu na ditadura militar tão louvada por Bolsonaro durante toda sua carreira política. A narrativa é tão contraditória que deveria ser estudada.
Para Carlos Bolsonaro, os quatro governadores se calam e “não colocam, de forma espontânea, a destruição dos direitos humanos em pauta que transformam o Brasil numa Venezuela cristalinamente. Estão preocupados apenas com seus projetos pessoais e com o que o mercado manda”.
Não que Ratinho, Caiado, Zema e Tarcísio tenham fortes traços democráticos – longe disso. Afinal, são bolsonaristas -, mas foi o pai dele que tentou transformar o Brasil em uma Venezuela, que aqui seria comandada pela extrema direita.
A verdade é que a declaração do filho Zero Dois mirando os governadores de direita, e que repercutiu nos jornais, poderia ser, na verdade, sobre o comportamento do próprio pai: “Isso é desumano, sujo, oportunista e canalha. Não existe outra forma de qualificar tais atitudes”. Narciso acha feio o que não é espelho.
