Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, protagonizou um rebuliço nas comunidades da direita política nesta segunda-feira, 25, ao comparar o ex-presidente Jair Bolsonaro ao guerrilheiro comunista Che Guevara — diante da reação negativa ostensiva, teve que publicar uma nota para se explicar.
Pela manhã, comentando que Bolsonaro possui um grande potencial de “transferência de votos”, Valdemar elogiou o “carisma brutal” do capitão e afirmou que, nesse quesito, o ex-presidente se assemelha a Che Guevara. “[Os processos na Justiça] estão fazendo com que ele vire um Che Guevara. O Che Guevara tinha um carisma como o Bolsonaro, e ele é lembrado até hoje”, declarou em entrevista à emissora de TV Globonews. “Daqui 30, 40 anos, do jeito que estão fazendo com o Bolsonaro, você também vai ver gente com camiseta do Bolsonaro”, completou.
A comparação entre o líder da direita e o combatente comunista, previsivelmente, provocou revolta entre eleitores bolsonaristas nas redes sociais. Pressionado pela base, Valdemar publicou um esclarecimento em seu perfil no X: “Que fique claro: nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro”, escreveu. Segundo o presidente do PL, o ponto que aproxima as duas figuras é o processo de “mitificação”, já que o julgamento no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado estaria transformando o ex-capitão em “mártir”.
Que fique claro:
Nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro.
O que eu comparei foi o processo de mitificação e reafirmo: estão transformando Bolsonaro em um mártir, um mito ainda maior do que já é.
Jair é o legítimo líder…
— Valdemar Costa Neto (@CostaNetoPL) August 25, 2025
O problema é que o “cubano”, na verdade, é argentino. Embora tenha ganhado notoriedade pelo papel na Revolução de Cuba, em 1959, Ernesto Guevara nasceu na cidade de Rosário, na província de Santa Fé, a cerca de 300 quilômetros de distância de Buenos Aires. Antes de lutar na guerra civil que derrubou o presidente cubano Fulgencio Batista, o guerrilheiro comunista viajou por toda a América Latina — o combatente radicalizou-se na Guatemala e, no México, juntou-se ao Movimento 26 de Julho ao lado dos irmãos Raúl e Fidel Castro.