Após expor sua história no sucesso de bilheteria Homem com H, já disponível na Netflix, Ney Matogrosso, 83 anos, será tema de enredo da Imperatriz Leopoldinense para o carnaval carioca de 2026. Camaleônico, idealizado pelo carnavalesco Leandro Vieira, abordará a carreira do cantor, seus sucessos e sua influência na cultura brasileira. Ney falou com a coluna GENTE sobre os detalhes da empreitada já em curso no barracão da escola de Ramos.
Com sua vida contada no cinema, como foi se conectar com uma geração que não conhecia seu passado? É uma divisão. Porque ali não conta toda a minha vida inteira. Ali são recortes de alguns anos e alguns anos e alguns anos… Mas olha, se estou na chuva é para me molhar, não é isso? Minha única cláusula era não ter mentira. Já que quer contar a minha vida, tem que contar sem mentira. Entendo que estou hiper exposto. Isso deve provocar nas pessoas, elas querem também se exibir.
Agora, para o Carnaval de 2026, o senhor pretende trabalhar junto à escola de samba, como fez com os roteiristas do filme? Não, lá é outra coisa, embora eles pretendam que eu me aproxime. Vou me aproximar, mas não vou nem interferir. O carnavalesco tem todas as informações e vai fazer o que bem entender. Com o filme acompanhei, li doze dos dezessete roteiros. Tinha uma hora que já não lia mais. Porque tem uma hora que você tem que liberar as pessoas, para fazerem o que entenderam, não é isso? É difícil você ver sua vida inteiramente assim. Se bem que não é a vida inteira, é uma passada de olhos.
Pretende estar na Avenida também? Tenho que estar. Ele (Leandro Vieira) me pediu isso.
E vai ser em cima de carro? Não, no chão não vou. Não vou atravessar a Avenida dançando, né? Certamente vai me botar num carro, mas não sei nem como vou estar nesse carro. Ele tinha me perguntado se eu faria o striptease do bandido, eu disse: “Não”. Não, né? Não vou a essas alturas do campeonato fazer um striptease na Avenida.
Quem gostaria de convidar para estar junto neste momento? Tenho muitos amigos que não são famosos. Mas a condição dele era que só tivesse gente famosa. E eu disse: ‘desisto então, deixo na sua mão’. Tenho muitos amigos que não são famosos, que adoraria que tivesse comigo. Mas ele escolhe.