Um novo relatório da Guarda Costeira dos Estados Unidos, divulgado nesta terça-feira, 5, concluiu que o desastre do submersível Titan em 2023, que resultou na morte de cinco pessoas durante uma expedição aos destroços do Titanic, foi “prevenível”. Esta avaliação surge de uma investigação de alto nível conduzida pela agência, cujas descobertas lançam luz sobre as múltiplas falhas que levaram à implosão da embarcação.
O incidente, que ocorreu na costa do Canadá em junho de 2023, capturou a atenção mundial enquanto uma extensa operação de busca era montada após o desaparecimento do Titan. Infelizmente, a busca terminou com a confirmação de que não houve sobreviventes, e os destroços do submersível foram recuperados do fundo do oceano. O Titan era operado pela OceanGate, uma empresa privada com sede em Washington, e seu CEO, Stockton Rush, estava entre os falecidos.
Os investigadores apontaram uma série de deficiências cruciais que contribuíram para a tragédia. Eles determinaram que o design do submersível, seu processo de certificação, a manutenção e a inspeção eram todos inadequados. Além disso, uma declaração da Guarda Costeira revelou a existência de uma “cultura de trabalho tóxica” dentro da OceanGate. Essa alegação foi reforçada por inúmeros ex-funcionários que se manifestaram nos dois anos seguintes à implosão, corroborando as preocupações sobre o ambiente de trabalho na empresa.
A missão da OceanGate foi também comprometida pela ausência de uma estrutura regulatória clara, tanto em nível doméstico quanto internacional, que pudesse orientar e fiscalizar as operações de submersíveis. Jason Neubauer, do Conselho de Investigação Marítima, enfatizou que as conclusões deste relatório são essenciais para evitar futuras ocorrências similares. Ele sublinhou a necessidade premente de uma “supervisão mais forte e opções claras para operadores que estão explorando novos conceitos fora da estrutura regulatória existente”.
O desastre do Titan não apenas custou a vida de cinco indivíduos, mas também provocou a abertura de processos judiciais e reforçou os apelos por regulamentações mais rigorosas para a emergente indústria de expedições privadas em águas profundas. Este relatório é um passo significativo para aprimorar a segurança e a governança nesse setor desafiador e de alto risco.