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A causa política que pode levar Sally Rooney a ter livros banidos na Inglaterra

Em uma declaração de testemunha que veio a público nesta quinta-feira, 27, durante o segundo dia de uma ação judicial no Tribunal Superior de Londres, a escritora irlandesa Sally Rooney revelou que há grandes chances de seus livros serem retirados de circulação no Reino Unido, devido à proibição do Palestine Actionum grupo britânico pró-Palestina que luta pelo fim das operações armadas israelenses. A ação em questão na Justiça inglesa questiona justamente essa proibição.

Em julho deste ano, a organização foi classificada como um grupo terrorista pelo governo inglês, como resposta direta a ações de vandalismo movidas por ativistas contra aeronaves militares do Reino Unido. Rooney, que já expressou seu apoio à Ação Palestina publicamente, revelou que esta decisão judicial pode impactar diretamente seu trabalho. Segundo a autora, há grandes chances de que ela não receba os royalties de suas obras, que sofrem risco real de serem retiradas de venda.

“É… quase certo que não poderei mais publicar ou produzir qualquer trabalho novo no Reino Unido enquanto essa proibição permanecer em vigor.  Se a Palestine Action ainda estiver proibida quando meu próximo livro for publicado, então esse livro estará disponível para leitores em todo o mundo e em dezenas de idiomas, mas não estará disponível para leitores no Reino Unido simplesmente porque ninguém terá permissão para publicá-lo (a menos que eu concorde em distribuí-lo gratuitamente)”, revelou a escritora.

Conhecida por best-sellers como Pessoas Normais e Conversas Entre Amigos, a irlandesa já havia se pronunciado em setembro deste ano afirmando que iria usar os rendimentos de seus livros para apoiar a organização pró-Palestina, o que levou a produtora Element Pictures — responsável pelas adaptações dos romances de Rooney — a expressar preocupações quanto ao pagamento de seus honorários.

A autora também afirmou que a falta de clareza jurídica sobre a lei dificultou que ela soubesse como a proibição iria afetar a distribuição de seus livros, mas que era possível que sua editora Faber & Faber fosse impedida legalmente de lhe pagar os direitos autorais devidos. “Meus trabalhos existentes poderiam ter que ser retirados de venda e, portanto, não estariam mais disponíveis para os leitores no Reino Unido”, explicou.

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“Meus romances têm sido influentes e populares na Grã-Bretanha, onde estou entre os autores literários mais vendidos da última década. O desaparecimento da minha obra das livrarias representaria uma incursão verdadeiramente extrema do Estado no domínio da expressão artística”, acrescentou Rooney em sua declaração, que foi apresentada ao tribunal em nome da cofundadora do Palestine Action Huda Ammori.

Desde a proibição do grupo, mais de 2.000 pessoas foram presas por protestarem cartazes com dizeres como “Eu me oponho ao genocídio, apoio o Palestine Action”, incluindo cerca de 143 pessoas nesta quarta-feira, 26, em frente ao tribunal.

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