O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tem promovido uma campanha pela demissão de pessoas que celebram o assassinato do ativista ultraconservador Charlie Kirk nas redes sociais. Com mais de 5,2 milhões de seguidores no X (ex-Twitter), Nikolas está utilizando o alcance de seu perfil para expor usuários que realizam postagens com apologias ao assassinato e, também, onde eles trabalham. “O movimento começou: demita os verdadeiros extremistas de sua empresa. Denuncie.”, escreveu o parlamentar, na sexta-feira, 12, em uma publicação que já conta com 978 mil visualizações e 43 mil curtidas. Algumas das denúncias já resultaram em demissões.
“Comecei um movimento aqui no Brasil pedindo que empresas demitam funcionários que estão celebrando, apoiando ou encorajando a morte de opositores políticos”, disse Nikolas em uma publicação escrita em inglês no X. “Eles são livres para dizerem o que quiserem, mas as empresas também são livres para demiti-los”.
O último caso de demissão compartilhado por Nikolas na rede social mira um sobrinho do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil — adversário político do deputado em Minas Gerais. Luís Otávio Kalil escreveu “já vai é tarde”, ao comentar sobre a morte de Charlie Kirk através do Instagram. Após uma denúncia feita pelo deputado mineiro, uma empresa onde Luís Kalil tinha vínculo de trabalho anunciou sua demissão. “Comunicamos que o profissional em questão foi desligado de maneira definitiva”, diz uma publicação da Arena RM, arena esportiva onde o sobrinho do ex-prefeito trabalhava. Nikolas celebrou o desfecho.
Outro caso gira em torno de um neurocirurgião pernambucano que fez uma apologia ao assassinato de Kirk no Instagram: “Um salve a este companheiro de mira impecável”, disse em referência ao atirador. Nikolas fez uma publicação pedindo que o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara Municipal do Recife, Thiago Medina, solicitasse a expulsão do médico do Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado. “Conte comigo. Vamos fazer com que ele sinta o peso da lei. Ele queria fama? Agora vai ter”, respondeu Medina. Pouco depois, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) soltou uma nota afirmando que “será seguido o rito processual previsto para a devida apuração do caso”. Nikolas insistiu que o médico terminará “sem emprego”.
A campanha de Nikolas nas redes sociais também culminou na rescisão do contrato de trabalho de um designer que atuava em uma agência de marketing paraense. “Diante da gravidade da situação, o contrato com o referido profissional foi imediatamente rescindido”, escreveu a agência em nota publicada no Instagram. O profissional terceirizado da empresa disse que “existem pessoas que precisam morrer, mas existem pessoas que precisam ser assassinadas”, em uma postagem no X, em referência a Nikolas. Uma denúncia impulsionada pelo deputado atingiu 448 mil visualizações e 8 mil curtidas em poucos dias, culminando na demissão.
Diversos outros comentários com apologias à violência política foram denunciados pelo deputado desde a quarta-feira, 10, quando Charlie Kirk foi morto. Em um dos casos, Nikolas chegou a divulgar o perfil do usuário que o atacou no LinkedIn, também pedindo que fosse demitido. “Muitas denúncias interessantes hoje. Nós vamos atrás de você.”, disse o deputado em publicação no X, neste sábado, 13.
Charlie Kirk era um ativista de extrema-direita americano que foi morto a tiros durante um evento em uma universidade em Utah, nos Estados Unidos. Nascido em 1993, ele tinha 31 anos de idade. Tyler Robinson, de 22 anos, é o principal suspeito pelo crime e está sob custódia das autoridades após ter sido denunciado por familiares e amigos.