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A briga interna dentro do núcleo de Jair Bolsonaro

 

A direita brasileira está em guerra. Não com a esquerda, nem com o Supremo Tribunal Federal, nem com a imprensa — mas com ela mesma.

O episódio mais recente dessa disputa interna foi protagonizado pelo próprio Jair Bolsonaro, ao chamar de “malucos” os apoiadores que acamparam diante de quartéis após a vitória de Lula em 2022.

A fala, feita durante interrogatório ao STF, foi vista por muitos como uma tentativa de se descolar de ações mais radicais. Mas o efeito colateral foi previsível: parte de sua base se sentiu traída.

O que se seguiu foi um desfile de versões, justificativas e recalibrações. Para uns, Bolsonaro fez o que era necessário para “amaciar” Alexandre de Moraes.

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Para outros, jogou seus fiéis às feras. E há ainda aqueles que, com malabarismo retórico, tentam separar o “joio” do “trigo”: os radicais infiltrados versus os bolsonaristas “do bem”.

O ex-ministro Abraham Weintraub, por sua vez, não economizou: chamou o ex-chefe de “pusilânime e covarde”, afirmando ter sido enganado por um político que, segundo ele, nunca foi verdadeiramente de direita.

A ruptura que se insinua é mais profunda do que parece. Já não se trata apenas de alas — mas de projetos distintos de poder, sobrevivência e narrativa. De um lado, um bolsonarismo pragmático, disposto a se reinventar. De outro, um grupo órfão de um “mito” que começa a ruir.

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É curioso — e revelador — que, mesmo quando se insurgem contra ele, os dissidentes ainda orbitam Bolsonaro. Como se ele fosse o sol em torno do qual a direita segue girando, mesmo em tempos de tempestades solares.

O que está em jogo agora não é apenas o futuro de Bolsonaro. É o da própria direita brasileira, dividida entre seguir um líder que a renega ou refundar-se num novo caminho incerto.

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