As pirâmides de Gizé, no Egito, receberão um toque brasileiro no próximo mês com a ajuda da artista plástica Ana Ferrari. Durante a mostra internacional Forever Is Now, que começa no dia 11 de novembro e fica até 7 de dezembro, a mineira vai expor a instalação Vento que, através de 21 flautas de até 5 metros, vai mostrar aos visitantes a música que a área produz.
Ana começou a carreira de artista como joalheira, mas passava a principal parte do processo de criar as joias, montando esculturas e pensando no conceito, antes de realmente produzir um brinco, anel, colar ou pulseira. Com a ajuda de uma amiga, percebeu que se interessava mais pelo processo criativo e produzir as grandes peças, do que das jóias em si. “Eu comecei a fazer esculturas. Fui para o México durante um tempo, ser curadora e diretora criativa de um museu. E, além disso, tive alguma das minhas artes expostas na Art Basel, em Veneza, e no Museu de Arte e Design de Nova Iorque”, diz.
Quando visitou a exposição, dois anos atrás, Ana ficou impactada com o vento forte do local e sentiu que “ele queria dizer algo”. Com isso, planejou uma instalação que conecta música, artes plásticas e física através de 21 flautas. Organizadas em espiral, elas vão formar sons específicos, planejados pela empresária e equipe. “Com ajuda do Leandro, meu consultor musical, a gente afinou cinco tons, que é a pentatônica menor. A gente colocou em formato de onda, já que cada um tem diferente. O vento vai tocar a melodia, então a gente estudou profundamente para que em qualquer momento, qualquer flauta colocada, vai tocar harmonicamente”, explica.
A obra será levada para a África de navio, mas volta ao Brasil em 2026, para ser instalada no Rio de Janeiro, provavelmente entre abril e março, no Arpoador, Zona Sul da cidade. Por ter uma atmosfera diferente das pirâmides, os sons que as flautas irão produzir será totalmente novo. Além disso, uma coleção com a temática da exposição será lançada na loja de Ana. “As duas coisas caminham juntas. Fazer a instalação, já nasce uma coleção, uma coisa completa com a outra. Fazer isso preenche minha alma, poder tocar mais pessoas e passar um sentimento forte, é algo muito importante para mim”.