A sequência histórica de 15 pregões de alta do Ibovespa finalmente deu espaço a um tropeço — daqueles que não derrubam ninguém. A Bolsa fechou esta quarta-feira em leve baixa de 0,07%, aos 157.632 pontos, numa correção técnica já esperada pelos economistas, depois de tantas altas seguidas. O soluço veio embalado pelas falas de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, que reforçou que a autoridade não diz nem que sim nem que não a uma redução dos juros para o futuro, mas segue mirando firme nos dados econômicos. De quebra, Petrobras (PETR4) puxou o índice para baixo com uma queda de 2,56%, reagindo à desvalorização forte do petróleo no mercado internacional.
O que pode atrapalhar o humor do mercado está mais no campo político do que econômico: A interrupção do crescimento do presidente Lula nas pesquisas aumenta a tensão entre governo e Congresso, segundo analistas, e pode minar a previsibilidade fiscal. Ao mesmo tempo, o avanço de 0,6% no setor de serviços acende alerta de aquecimento da economia, com risco de reacender a inflação. Como costuma dizer o ministro Fernando Haddad, a economia é um organismo — um soluço aqui, outro acolá, e logo pode vir um refluxo.