A escolha de Donald Trump em nomear o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para comandar a negociação do tarifaço com o governo brasileiro foi vista como uma definição natural pelo Itamaraty. O aumento de 40% de impostos para produtos brasileiros já estavam sendo tratados pelo Departamento de Estado americano.
Segundo um diplomata, ‘no auge da crise, em 30 de julho, aconteceu a única reunião presencial de alto nível entre os dois governos, com Mauro Vieira e Rubio, em Washington. Ambos entendiam, e entendem a importância de virar essa página. Agora que o Trump deu o sinal de que quer negociar, e habilitou um interlocutor, agora é trabalhar com ele’.
Nos bastidores, acredita-se que, apesar do posicionamento mais ideológico de Rubio, alinhado com o discurso do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o americano não vai dificultar as negociações. ‘Valerão as instruções de Trump. Temos chão pela frente. Mas houve uma inflexão importante dele’.
O avanço que culminou com uma conversa por meio de videoconferência entre os presidentes Lula e o norte-americano nesta segunda-feira, 6, foi fruto de um trabalho de muito diálogo e demonstração dos fatos, segundo o integrante do Ministério das Relações Exteriores.
Desde agosto, as tarifas que somam 50% foram impostas pelos EUA a produtos brasileiros sob o argumento de que existia um ‘caça às bruxas’ ao ex-presidente Bolsonaro, condenado pelo STF por tentativa de golpe. Lula chegou a pedir nesse encontro virtual com Trump o fim das sanções contra autoridades brasileiras e a retirada da sobretaxa. Os dois ainda ficaram de se encontrar presencialmente em breve.
