A decisão de Alexandre de Moraes de não prender Jair Bolsonaro nesta semana segue um desejo no STF de que o ex-presidente só seja encarcerado depois de condenado na trama golpista, ao fim do processo, como se deu com Fernando Collor.
Tudo pode mudar, claro, se Bolsonaro insistir em desrespeitar regras da Corte, mas o ideal, na avaliação dos magistrados ouvidos pelo Radar, é que o processo seguisse seu curso normal, sem atos espetaculares como uma eventual prisão antecipada do ex-mandatário.
Para ministros do Supremo ouvidos pelo Radar, as provas colhidas na investigação do plano de golpe de Estado, associadas aos depoimentos em que boa parte dos réus admitiram articulações golpistas, fragilizaram o discurso de Bolsonaro sobre perseguição política.
“Condenado, será natural que ele (Bolsonaro) seja preso. Ninguém vai perder tempo em fechar estrada por causa disso”, diz um magistrado ao Radar.
No ritmo atual do processo no STF, Bolsonaro e seus aliados devem ser julgados em meados de setembro, segundo um interlocutor da Corte.
