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A ascensão de Galípolo no radar global

A política brasileira costuma ser, em muitos momentos, um terreno árido para lideranças técnicas. E é exatamente por isso que a inclusão de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil, na lista TIME100 Next é tão simbólica.

Em meio à polarização, ruídos fiscais e desconfiança entre poderes, a ascensão de um economista de perfil técnico, sensível à realidade social e atento à estabilidade macroeconômica é uma boa notícia para o país. E também para o mundo.

A revista norte-americana Time tem o perfil de não distribuir elogios por acaso. O perfil de Galípolo, assinado por Gita Gopinath, uma das economistas mais respeitadas da atualidade, ressalta justamente o que falta à maior parte dos gestores públicos em tempos de populismo econômico: equilíbrio.

“O mundo precisa de mais bons exemplos, e Gabriel nos mostra que um formulador de políticas progressista não precisa ser populista”, escreveu Gopinath. E completou: “Ele é um trunfo valioso para o mundo da política econômica.”

A indicação de Galípolo à presidência do Banco Central, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve algumas dúvidas – especialmente por uma parcela do chamado “mercado”. Havia quem o visse como “homem do governo”.

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Mas Galípolo reverteu essa imagem.

Manteve a sinalização de compromisso com o combate à inflação, defendeu uma comunicação clara com o mercado e buscou aproximar a autoridade monetária das agendas sociais. Sem abrir mão de fundamentos, ele mostrou que é possível cuidar da inflação olhando também para quem mais sente seus efeitos: os mais pobres.

O presidente do BC também é produto de uma trajetória plural. Já foi presidente de banco, consultor, professor universitário, formulador de projetos de privatização, técnico do governo de São Paulo (na época tucano) e assessor econômico do Ministério da Fazenda.

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É essa versatilidade que fez da sua escolha para o TIME100 Next algo além de protocolar: um reconhecimento legítimo de liderança em formação.

O fato de um brasileiro figurar entre os 100 nomes que estão “mudando a forma como o mundo pensa sobre liderança e progresso”, segundo a Time, diz muito sobre o momento em que estamos. E talvez seja exatamente disso que a política econômica brasileira mais precise agora.

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