Prioridade do ex-presidente Jair Bolsonaro para 2026, a eleição ao Senado já tem plano traçado no diretório fluminense do PL, caso se mantenham os nomes hoje mais cotados para a disputa. O primeiro, naturalmente, é Flávio Bolsonaro, que tem assumido o papel de conduzir no Rio os desejos políticos do pai. O governador Cláudio Castro, em segundo mandato, é quem larga na frente para disputar a segunda vaga pela legenda, com estratégia já definida.
Na análise de integrantes do partido, a expectativa é de que Flávio se reeleja ao Senado como o mais votado no Rio, em patamar similar aos 4,37 milhões de votos que teve em 2018, quando foi escolhido por pouco mais de 30% dos eleitores. Por sua trajetória política, por ser filho de Jair e em meio ao ambiente polarizado no país, a leitura é de que ele vai concentrar o voto do bolsonarismo, que tem grande representatividade no eleitorado fluminense. E, assim, conquistaria a primeira vaga à Casa Legislativa.
É sabido, no entanto, que a rejeição do senador entre eleitores não-bolsonaristas também é grande. A leitura projeta que Flávio será a primeira escolha para o Senado de grande parcela da população fluminense, mas poucos o escolherão para o segundo voto. É aí que entra o governador Cláudio Castro.
A ideia é que Castro, com perfil mais moderado e boa interlocução com prefeitos no interior do estado, seja a “segunda opção favorita” nas urnas. Ou seja, que ele atraia o segundo voto ao Senado tanto de bolsonaristas que votarão em Flávio, quanto de eleitores mais ao centro e que não estão tão inseridos no debate ideológico. Desse modo, e com o apoio da máquina estadual, conseguiria também uma cadeira em Brasília, na visão do partido.
Para isso, até o ano que vem o governador deve focar em agendas com dois temas prioritários: a segurança pública e o momento fiscal do estado. No dia 15 de agosto, por exemplo, Castro e Flávio estiveram juntos no Quartel-Geral da Polícia Militar do Rio, na capital carioca, para a entrega de 16 novas viaturas. Desde então, o mandatário participou de ao menos outros três compromissos como esse na Zona Sul do Rio, na Ilha do Governador (Zona Norte) e em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
Quanto à política fiscal, Castro deposita parte de suas esperanças em um pacote de projetos enviado à Assembleia do Rio nos últimos dias. As medidas incluem um programa de refinanciamento para contribuintes com dívidas ativas e um leilão de imóveis públicos.
Para que a estratégia seja vitoriosa, contudo, o governador terá de melhorar seus índices junto à população. Pesquisa Quaest divulgada na última sexta-feira, 22, mostrou que 43% dos fluminenses aprovam sua gestão, enquanto outros 41% desaprovam. 16% não souberam responder. Seu governo, por sua vez, é classificado como positivo por 24%, enquanto 33% avaliam como regular e outros 27%, como negativo.