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Artigo: Setembro Amarelo terminou, mas sociedade precisa lidar com o suicídio

O suicídio se tornou epidemia de proporções globais. Uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados recentemente. Este fenômeno mata mais de 800 mil pessoas por ano e 75% dos casos são registrados em países emergentes e pobres.

Segundo estatísticas da OMS, tirar a própria vida já é a segunda principal causa de morte em todo mundo para pessoas de 15 a 29 anos de idade — ainda que, estatisticamente, pessoas com mais de 70 anos sejam mais propensas a cometer suicídio.

Muita gente se esforça em esconder o sofrimento, porque a sociedade vê com maus olhos o adoecimento emocional. Vivemos em uma sociedade condicionada à alegria artificial e refém das redes sociais que “vendem” um mundo da fantasia.

Observe-se que hoje é cada vez mais expressivo o aumento do número de episódios entre menores de idade. O jovem não quer se matar. Ele quer, isto sim, matar uma determinada situação com a qual não consegue lidar.

Por exemplo, recebeu fora da namorada, foi zoado na escola, importunado, cancelado na rede social, banido do grupo etc. Tudo isso dói muito e o jovem não tem ferramentas mentais para lidar com essas frustrações. A vivência dolorosa o tortura, martiriza, deprime intensamente e não vê saída possível. Então, para matar a situação intransponível, suicida-se.

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Com isso queremos dizer que esses jovens precisam de diálogo, olho no olho, de abertura de perspectivas, de alguém que lhe mostre os horizontes e ensine, com firmeza, que se foi cancelado, se levou fora da namorada, se foi zoado, se isso e se aquilo, conte até dez, calma. Se não deu, conte até vinte, mas calma: a noite está escura, sim, mas o amanhecer sempre chega. Sempre!

*Antonio José Gonçalves é presidente da Associação Paulista de Medicina (APM) e Guido Arturo Palomba é psiquiatra forense e diretor da APM

Caso esteja passando por sofrimento intenso ou tenha algum pensamento sobre tirar sua própria vida, busque ajuda especializada imediatamente. Há também canais de atendimento sigilosos e gratuitos, que podem ser consultados 24 horas por dia, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), disponível no site https://www.cvv.org.br e pelo telefone 188.

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