O senador Sergio Moro (União-PR) afirmou que o escândalo de fraudes no INSS, que atingiu aposentados e pensionistas em todo o país, “está no colo do governo federal”. Em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, o ex-juiz disse que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva falhou em garantir a segurança dos dados e a proteção de milhões de beneficiários.
Moro avaliou que a CPMI do INSS tem desempenhado um papel fundamental ao expor o tamanho da crise, que havia perdido espaço no noticiário após o alarde inicial. “Esses depoimentos reacenderam a discussão e mostram que o problema continua grave. A comissão está servindo para dar visibilidade a um tema que não pode ser esquecido”, declarou.
Nesta terça-feira, 30, o presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso por falso testemunho, mas foi liberado após pagar fiança. A prisão de Lopes foi a segunda realizada pela CPMI. Na semana passada foi a vez de Rubens Oliveira, apontado como sócio do “Careca do INSS”.
O parlamentar também comparou o ritmo das apurações no Congresso com o das investigações conduzidas pelo Judiciário e pela Polícia Federal. “A CPMI tem sido mais ágil em trazer fatos à tona. O roubo contra aposentados e pensionistas gerou revolta há 120 dias e parecia ter esfriado. Agora, a comissão mostra que o esquema continua e que há muito a ser esclarecido”.
Segundo o senador, a crise do INSS representa um desafio não apenas administrativo, mas político para o Planalto. “É um problema que não pode ser varrido para debaixo do tapete. A sociedade cobra respostas e o governo precisa assumir sua responsabilidade”, concluiu.
