O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comandará nesta terça-feira, 30, uma incomum reunião militar com os principais e almirantes americanos de várias partes do mundo. O encontro será realizado na Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais em Quantico, na Virgínia, poucos dias após ser convocado pelo secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth. A decisão levantou preocupações de segurança, já que significa que os militares abandonarão seus postos.
Fontes familiarizadas com o assunto, sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto, disseram ao WP que não lembraram de qualquer outra vez que um secretário de Defesa do país tenha feito algo parecido. Trump afirmou que dirá aos oficiais que “nós os amamos”, enquanto Hegseth deve abordar o “ethos do guerreiro”, um código de conduta que trata de princípios como disciplina e lealdade.
“Quero dizer aos generais que os amamos, que eles são líderes estimados, que devem ser fortes, durões, inteligentes e compassivos”, disse o líder americano, sem dar mais detalhes.
A reunião ocorre em meio a mudanças profundas no Pentágono sob ordens do republicano: o chefe do Estado-Maior Conjunto e o principal almirante da Marinha foram demitidos e livros foram proibidos nas bibliotecas acadêmicas. Em paralelo, Trump também enviou forças ao Caribe em um dito cerco ao narcotráfico, atacando navios da Venezuela que supostamente carregavam drogas e transportavam membros de cartéis, acusações rejeitadas pelo regime chavista. No final de semana, ele também ordenou o destacamento da Guarda Nacional a Portland, em Oregon, para proteger edifícios do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês).
As movimentações sugerem que o encontro não tem como único objetivo conversas motivacionais e pode incluir “discussões sobre reduções nas patentes de oficiais superiores e uma reformulação das prioridades de defesa dos EUA”, de acordo com a agência de notícias Reuters. Uma autoridade americana, sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto, relatou à Reuters que “ninguém sabe” o que será discutido afinal.
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Sobre a reunião
Sob ordem de Hegseth, todos os principais comandantes militares dos EUA no mundo deverão comparecer de maneira presencial ao encontro, embora o governo americano tenha serviços de videoconferência altamente seguros. Há mais de 800 generais e almirantes nos EUA e ao redor do globo, em diferentes fusos horários.
A convocação “aplica-se a todos os oficiais superiores com patente de general de brigada ou superior, ou equivalente na Marinha, servindo em posições de comando, e seus principais conselheiros alistados”, segundo o The Washington Post. Os generais e almirantes chamados, no geral, supervisionam centenas ou milhares de soldados. Comandantes de alto escalão em zonas de conflito, como no Oriente Médio, e altos líderes da Europa e da Ásia-Pacífico também deverão marcar presença, relataram fontes ao WP. A diretriz não abrange oficiais militares de alto escalão que ocupam cargos de estado-maior.
“Todos os oficiais generais em comando, dos graus O-7 a O-10, e seus oficiais generais e conselheiros graduados, são orientados a comparecer dentro das restrições operacionais”, afirma a ordem, informou uma pessoa que a recebeu ao The Washington Post. O-7 a O-10 são as classificações militares dadas a generais e almirantes.
Normalmente, um comandante viaja com seu conselheiro sênior e alguns assessores militares de patente inferior. Ou seja, mais de 1.000 pessoas são esperadas para a cúpula de emergência. Não há informações sobre como serão transportados ou alojados. Há uma “preocupação crescente”, segundo o jornal, de que as aeronaves com os oficiais poderiam ser atacadas, já que é incomum todos voem próximos uns aos outros no espaço aéreo.
