Em meio às possibilidades de adiamento do tema, lideranças do Centrão querem superar o PL da Dosimetria, projeto alternativo ao PL da Anistia, o quanto antes para tentar manter Tarcísio de Freitas no tabuleiro da corrida presidencial de 2026.
Parlamentares do bloco de partidos de centro estão preocupados com rumores de que o governador de São Paulo estaria preocupado com divisões na direita e, consequentemente, cada vez menos disposto a abandonar o atual cargo para a eleição presidencial no ano que vem. É crescente a leitura de que ele preferirá uma reeleição ao Executivo paulista praticamente consumada.
Por isso, as legendas querem que o tema avance rapidamente para ter um trunfo nas mãos na missão de convencer Jair Bolsonaro a apadrinhar logo Tarcísio como seu candidato ao Palácio do Planalto para a disputa do ano que vem.
Apesar desse cenário desenhado, líderes ouvidos por Radar admitem preocupações e obstáculos para que isso se concretize.
Para tentar persuadir o PT e o governo Lula a aceitar debater o tema, o Centrão avalia forçar Hugo Motta a colocar a proposição em votação antes da reforma do imposto de renda, prioridade máxima do Executivo.
O movimento poderia ser lido como uma chantagem – eles já cruzaram há duas semanas a votação da urgência do PL da Anistia com a polêmica PEC da Blindagem – e enterraria os planos do presidente da Câmara de fazer uma semana de pauta positiva nos próximos dias.
Em relação aos bolsonaristas, a preocupação é que o grupo que resiste a uma dosimetria consiga emplacar um destaque que faça valer a anistia ampla e irrestrita, o que o Centrão não quer de jeito nenhum.