A Dinamarca determinou, neste domingo (28), o fechamento de todo o seu espaço aéreo para drones civis. A decisão foi tomada após equipamentos suspeitos desse tipo sobrevoarem várias instalações militares do país na sexta passada.
“Estamos, atualmente, em uma situação de segurança difícil e precisamos garantir as melhores condições de trabalho possíveis para as forças armadas e a polícia quando elas forem responsáveis pela segurança durante a cúpula da UE”, disse o ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, em um comunicado neste domingo.
Depois, nas redes sociais, Poulsen também informou que o país vem recebendo ajuda da Alemanha para lidar com a situação. “A Alemanha está ajudando a Dinamarca com equipamentos antidrones. Gostaria de agradecer à Alemanha pela ajuda, que fortalece nossa defesa contra drones e é uma expressão da estreita cooperação entre a Dinamarca e a Alemanha. Juntos, somos mais fortes”, escreveu.
Após drones suspeitos sobrevoarem a maior base militar dinamarquesa, Karup, entre outros locais pertencentes às Forças Armadas, o país já havia fechado o aeroporto civil de Midtjylland, localizado na mesma região.
Ainda não há notícias sobre o modelo dos drones, nem a origem exata das incursões.
Também na semana passada, drones suspeitos já haviam sobrevoado aeroportos civis (Copenhague, Aalborg, Billund) e bases militares (Skrydstrup), o que levou a uma reação da União Europeia (UE), que definiu o caso como inaceitável.
Os equipamentos ainda foram vistos no espaço aéreo da Polônia, Romênia e Estônia.
As autoridades mantêm cautela na identificação dos responsáveis por razões de segurança operacional. No entanto, as suspeitas recaem sobre o governo russo, numa tentativa de pressionar países europeus sem se envolver em confronto direto — uma estratégia frequentemente associada a “guerra híbrida”, que combina diferentes formas de pressão para atingir seus objetivos.
Por isso, a UE divulgou a intenção de construir um “muro antidrone”. A ideia é criar uma linha de defesa integrada nas fronteiras orientais (com a Rússia e Ucrânia), com sensores de radar, acústicos, sistemas de rastreamento e mecanismos de neutralização desses equipamentos invasores.
O comissário de Defesa da UE, Andrius Kubilius, afirmou que já há consenso em diversos países sobre a necessidade de agir rapidamente, embora reconheça desafios orçamentários e tecnológicos — especialmente porque neutralizar drones baratos com interceptores caros pode não ser viável em larga escala.
Iniciativas semelhantes já existem em menor escala em outras regiões — na Europa oriental, nos países bálticos, na Polônia e na Finlândia.