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A receita dos analistas para o Congresso Nacional recuperar sua imagem

A insistência em votar pautas negativas como a PEC da Blindagem e a anistia para os condenados pelos atos do dia 8 de Janeiro ampliaram nos últimos meses a imagem negativa do Congresso Nacional perante a população.

No mês passado, a Genial/Quaest mediu a reputação de treze “instituições”. O Congresso ficou na décima colocação, com uma taxa de confiança de 45% e de desconfiança de 52%, saldo negativo de sete pontos. Só superou os juízes de futebol (saldo negativo de nove), as redes sociais (-16) e os partidos políticos (-27 ). Apesar de ser alvo de ataques realizados por bolsonaristas, o STF, nono colocado, merece a confiança de 50% dos entrevistados e registra saldo positivo de três pontos.

O cientista político Carlos Melo, do Insper, ressalta que o Parlamento tem legislado em causa própria, deixando de lado questões importantes para a sociedade como a regulamentação da reforma tributária.

“O Brasil está falando de tentativa de golpe, de anistia, PEC da Blindagem, de o parlamentar ser protegido pelos seus iguais por voto secreto. Isso é um absurdo. O Congresso tem perdido a conexão com a sociedade e tem olhado só para si ou os seus interesses. Uma hora a sociedade grita: ‘chega’”,  diz ele.

O professor cita como exemplo dessa desconexão o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até 5 mil reais mensais — proposta que tramita há meses e deve ser votada na Câmara na próxima quarta-feira.

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Para o cientista político Alberto Aggio, da Universidade Estadual de São Paulo, a deterioração da imagem do Congresso também se acentuou com denúncias de desvios de recursos  envolvendo as chamadas emendas parlamentares. “É necessário os deputados e senadores pensarem como estadistas, pois o que temos hoje são parlamentares trabalhando como vereadores federais, uma degenerescência da representação”, diz. “Espero que as últimas manifestações populares ajudem a melhorar a qualidade da nossa democracia”, acrescenta.

Os analistas destacam, porém, que recuperar a imagem não é uma tarefa impossível — e é até relativa simples. Basta que os deputados e senadores passem a se dedicar ao que efetivamente importa: criar leis e discutir propostas de interesse exclusivo da coletividade.

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