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Mortos por dívida no PR: veja bunkers usados para esconder corpos

A Polícia Civil divulgou imagens de um dos bunkers que existem na área rural de Icaraíma, no interior do Paraná, e que foram usados para esconder os corpos de quatro homens que foram assassinados após viajarem de São Paulo até a cidade para fazer a cobrança de uma dívida de 255 mil reais. Veja abaixo.

Após quase dois meses do caso, os corpos foram encontrados enterrados nesses bunkers, bem como o carro deles, no entanto, o mistério ainda continua, visto que os principais suspeitos, pai e filho identificados como os devedores da dívida cobrada, continuam desaparecidos. Além disso, ao menos mais três pessoas também estão sendo investigadas pelas mortes.

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Uma carta anônima que chegou para a polícia há semanas indicou a região dos bunkers, que é afastada da cidade e de difícil acesso.  Na localidade, existem muitos bunkers porque é trata de uma rota do tráfico de drogas no país, e eles são usados para esconder substâncias ilegais. Segundo a polícia, em um deles, no passado, já foi realizada a apreensão de mais de cinco toneladas de maconha escondidas.

Desde que os corpos e o veículo foram encontrados, há pouco mais de dez dias, as autoridades se mobilizaram para descobrir a quem pertence o terreno utilizado para ocultação do crime. Na última sexta-feira (26), foi divulgado que os proprietários foram identificados, apesar de não terem sido diretamente relacionados o caso dos cobradores de dívidas.

Eles não tiveram os nomes divulgados, mas foram autuados pela Polícia Militar Ambiental por dano em área de preservação permanente, reserva legal e vegetação nativa em estágio médio de regeneração remanescente de mata atlântica por causa da prática de criação de gado.

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“A propriedade está atualmente arrendada, sendo que no contrato foi verificado que os animais pertencem tanto ao proprietário, quanto ao arrendatário, sendo ambos igualmente responsáveis pelo dano. Foram ainda notificados a retirar o gado dos locais de mata, bem como o cercamento dessas para cessar o dano causado pelos bovinos”, informaram os agentes. “Os autuados nesta ocorrência, para a Polícia Ambiental, não têm informações de envolvimento com a outra ocorrência [das mortes], mas a constatação do crime [ambiental] ocorreu durante as buscas [pelos corpos]”, completaram.

O caso foi comunicado ao Ministério Público e uma multa de mais de 7,5 milhões de reais foi aplicada pelo crime ambiental.

Entrada de um dos bunkers que existe na região de mata de Icaraíma, no Paraná, e que foram utilizados para esconder os corpos dos quatro cobradores de dívidas
Entrada de um dos bunkers que existe na região de mata de Icaraíma, no Paraná, e que foram utilizados para esconder os corpos dos quatro cobradores de dívidasPolícia Militar Ambiental/Divulgação
Interior de um dos bunkers que existe na região de mata de Icaraíma, no Paraná, e que foram utilizados para esconder os corpos dos quatro cobradores de dívidas
Interior de um dos bunkers que existe na região de mata de Icaraíma, no Paraná, e que foram utilizados para esconder os corpos dos quatro cobradores de dívidasPolícia Militar Ambiental/Divulgação
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Relembre o caso

 

Três amigos desapareceram após viajarem de São Paulo ao Paraná para cobrar uma dívida de 255 mil reais. Eles foram contratados por um homem — que também desapareceu — para fazer a cobrança do débito, relativo a uma transação envolvendo um imóvel rural. A polícia trabalha desde o início do caso com a hipótese de que os devedores tenham matado os quatro.

Diego Henrique Afonso, Robishley Hirnani de Oliveira e Rafael Juliano Marascalchi trabalhavam irregularmente há pelo menos 13 anos fazendo cobranças de dívidas de modo agressivo e persuasivo, segundo a polícia. Eles foram contratados por um morador de Icaraíma, no noroeste do Paraná, identificado como Alencar Gonçalves de Souza para que cobrassem o valor de um terreno rural da cidade que ele vendeu à família Buscariollo, moradora da região.

Os três amigos saíram de São José do Rio Preto, em São Paulo, e chegaram a Icaraíma no dia 4 de julho, quando já entraram em contato com os devedores. Sem resultado, eles voltaram no dia seguinte para continuar a cobrança, mas, desde então, perderam contato com os familiares — momento em que o desaparecimento deles foi informado à polícia.

“Os familiares deles contribuíram [com as investigações], mas não conseguem passar informações precisas sobre o negócio porque nenhum dos cobradores esclarecia exatamente a suas esposas qual era o exato objeto da cobrança. Eles falaram para elas de forma genérica que estavam vindo para o Paraná para cobrar uma dívida que tinha relação com um imóvel, mas não passaram para elas as minúcias do negócio que poderiam ajudar nas investigações”, explicou o delegado Gabriel Menezes.

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Enquanto viajavam para o Paraná, os três homens fizeram uma foto no carro e publicaram nas redes sociais.

Do outro lado, os familiares do contratante, Alencar de Souza, também informaram o desaparecimento dele desde o meio-dia do dia 4. As últimas pessoas que teriam tido contato com ele teriam sido Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo, pai e filho respectivamente, quando ele teria cobrado pessoalmente o valor que eles deviam.

Ambos foram ouvidos pela polícia assim que os desaparecimentos foram notificados e disseram não ter qualquer relação com a compra do terreno. Eles teriam indicado outras duas pessoas da família como devedores do caso, mas a polícia não conseguiu confirmar essa versão até o momento, já que não conseguiu encontrar essas pessoas.

Pai e filho foram liberados, mas, em seguida, as autoridades abriram mandados de prisão preventiva contra eles — quando os policiais foram até a casa deles, no entanto, não encontraram mais nenhuma pessoa da família. Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo são considerados foragidos.

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