O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se manifestou sobre a retirada de seu visto para viagens aos Estados Unidos por decisão do Departamento de Estado Americano. Ele destacou não se importar, já que possui outros meios de entrar no país, e que se considera um cidadão global.
“Cheguei a Bogotá. Não tenho mais visto para viajar para os EUA. Não me importo. Não preciso de visto, mas sim de um Esta, porque não sou apenas um cidadão colombiano, mas também um cidadão europeu, e me considero verdadeiramente uma pessoa livre no mundo. A humanidade deve ser livre em todos os lugares. Temos o direito humano de viver no planeta. Sou livre, e todo ser humano deve ser livre na Terra”, escreveu Petro na rede social X na noite do sábado (27).
Um Esta a que ele se refere é uma autorização eletrônica que permite a cidadãos de certos países viajar para os Estados Unidos a turismo ou negócios sem a necessidade de visto, por meio do Programa de Isenção de Visto (VWP).
Os Estados Unidos anunciaram a revogação do visto de Petro após ele participar de uma manifestação pró-Palestina em Nova York, onde ele estava por causa da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada.
“O presidente da Colômbia esteve nas ruas de Nova York e incitou soldados americanos a desobedecer às ordens e incitou a violência. Nós vamos revogar o visto de Petro devido a sua imprudência e ações incendiárias”, afirmou o governo dos Estados Unidos.
Ao se manifestar, Petro defendeu que uma força armada global seja utilizada para libertar os palestinos da guerra contra Israel. Para ele, os Estados Unidos não cumprem as regras de direito internacional e de imunidade da ONU.
Na visão do presidente colombiano, seu visto foi revogado porque ele denunciou o genocídio que vem sendo feito na Palestina, discurso que a Colômbia e outros países do mundo corroboram. Recentemente, um inquérito da ONU também corroborou a mesma ideia, afirmando que as ações de Israel em Gaza equivalem a um genocídio.
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia argumentou que usar a revogação de visto como arma diplomática vai contra o espírito da ONU, que protege a liberdade de expressão e garante a independência dos estados-membros em eventos da organização. “A ONU deveria encontrar um país anfitrião completamente neutro… que permitisse à própria organização emitir autorização para entrar no território desse novo estado anfitrião”, aponta um documento da pasta.