O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou seu discurso nesta sexta-feira, 26, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), aos reféns israelenses capturados pelo Hamas. De acordo com o premiê, foram colocados alto-falantes na fronteira de Gaza para que os habitantes locais pudessem ouvir suas palavras. Os celulares da população da região também teriam recebido a transmissão do discurso de Netanyahu, por meio de ação da inteligência israelense. Ao subir no púlpito, o líder foi recebido com vaias e aplausos e viu dezenas de delegações, incluindo a do Brasil, deixarem o plenário.
A decisão de enviar caminhões e guindastes para o lado israelense da fronteira de Gaza com alto-falantes foi destacada pelo primeiro-ministro. Netanyahu disse que fez isso “na esperança de que nossos queridos reféns ouçam minha mensagem”. Como informou a mídia local, os veículos foram levados para postos do Exército que ficam a até 1 km da fronteira para dentro do território.
O líder israelense disse ainda que, “graças aos esforços especiais da inteligência israelense”, os habitantes de Gaza também viram seu discurso transmitido diretamente para seus aparelhos celulares. Há incerteza, contudo, sobre se a medida surtiu efeito e as falas de Netanyahu chegaram aos ouvidos da população local.
De acordo com Netanyahu, os “monstros” do Hamas levaram mais de 250 reféns, incluindo “sobreviventes do Holocausto, avós e netos”. Ele citou os nomes dos sequestrados e disse que eles estão sendo “privados de luz solar, privados de humanidade”.
“Não os esquecemos, nem por um segundo. O povo de Israel está com vocês; não vacilaremos e não descansaremos até trazer todos vocês para casa”, disse ele. Neste momento, acredita-se que apenas 20 dos 48 sequestrados mantidos pelos militantes ainda estejam vivos.
Ainda durante sua fala, o pintou um cenário de vitória generalizada: disse que as forças israelenses controlaram os hutis do Iêmen, aniquilaram a “maior parte da máquina terrorista do Hamas”, incapacitaram o Hezbollah, fazendo referência às explosões de pagers que também mataram civis, derrotaram o regime de Bashar al-Assad na Síria, detiveram milícias iranianas no Iraque e “devastaram” o programa de mísseis do Irã.
“No ano passado, eu subi a este púlpito e mostrei este mapa. Ele mostra a maldição do eixo do terror do Irã. Esse eixo ameaçava a paz de todo o mundo. Ameaçava a paz de todo o mundo, a estabilidade de nossa região e a própria existência do meu país, Israel”, disse ele, segurando um cartaz com um mapa escrito “a maldição”.