O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) e o empresário Matheus Garcia percorreram, no início do ano, todos os 885 quilômetros da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, para conhecer de perto as condições extremas da travessia assim como a difícil realidade das famílias que moram nos arredores da rodovia e dos caminhoneiros que precisam vencer o trajeto a trabalho.
Um dos principais resultados da viagem é o documentário “BR-319: Vidas na Lama”, que a dupla vai lançar na próxima segunda-feira, 29, em uma sala de cinema na capital do Amazonas com o objetivo declarado de denunciar o “descaso” com as comunidades que vivem ao longo da rodovia e com o meio ambiente.
A expedição de quatro dias também apresentou perigos para Mandel, Garcia e suas equipes. Por duas vezes, os carros rodaram e saíram da pista devido às más condições da estrada e precisaram ser resgatados por jipeiros. Em outra ocasião, durante gravações adicionais, a equipe de filmagem sofreu um capotamento provocado pela precariedade da via, que resultou apenas em danos materiais.
Além disso, quando o veículo do deputado atravessava, tarde da noite, um trecho na divisa entre Rondônia e Amazonas, ele e sua equipe que um carro desconhecido os seguia de muito perto, com os faróis apagados. A apreensão durou até surgir um posto da PRF, momento em que o perseguidor deixou a rodovia por uma estrada vicinal.
Uma vez no posto, depois de o motorista de Mandel buzinar, dois policiais rodoviários federais se aproximaram. Ao ouvir o relato da perseguição, fizeram troça de o grupo estar atravessando a BR-319 naquele horário, “sozinhos”, questionando o porquê da viagem. Uma situação constrangedora, como descreve o parlamentar no documentário.
“Fui um dos poucos deputados que resolveu sair de Brasília e ir de carro até Manaus, percorrendo a BR-319 para ver de perto a realidade de quem vive nessa estrada esquecida pelo Estado. O asfaltamento da BR-319 não é um tema que se resume ao meio ambiente. Cada buraco e cada trecho abandonado acabam virando espaço para a atuação de criminosos. Não podemos continuar facilitando a vida deles”, afirma Mandel.
