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Na ONU, premiê da China diz que mundo volta à Guerra Fria e critica ‘lei do mais forte’

O primeiro-ministro da China, Li Qiang, alertou nesta sexta-feira, 26, que o mundo voltou à “mentalidade da Guerra Fria”, onde o que vale é “a lei do mais forte”. Ele afirmou que existe um novo período de turbulência global e defendeu o multilateralismo e o livre comércio, em uma crítica velada aos Estados Unidos e o tarifaço de Donald Trump. A declaração ocorreu em seu discurso na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

O premiê chinês não fez nenhuma referência explícita a Trump. Mas apresentou a potência asiática como defensora da ordem global com base na cooperação e valores compartilhados, da qual Washington, até recentemente, era o principal guardião.

“O mundo entrou em um novo período de turbulência e transformação”, disse Li. “O unilateralismo e a mentalidade da Guerra Fria estão ressurgindo. As regras e a ordem internacionais construídas nos últimos 80 anos estão sob sérios desafios e o sistema internacional, antes eficaz, é constantemente rompido.”

De acordo com ele, a humanidade está em “uma encruzilhada”.

“Se a era da ‘lei do mais forte’ retornar e os fracos forem deixados como presas dos fortes, a sociedade humana enfrentará ainda mais derramamento de sangue e brutalidade”, declarou. “Somente quando todos os países, grandes ou pequenos, forem tratados como iguais e o verdadeiro multilateralismo for praticado, os direitos e interesses de todas as partes poderão ser melhor protegidos.”

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Li criticou a imposição de tarifas, que Trump vem usando como ferramenta fundamental para pressionar países a fazerem o que ele quer. China e Estados Unidos chegaram a uma trégua na guerra comercial, porém, sustentada desde maio.

“Uma das principais causas da atual crise econômica global é o aumento de medidas unilaterais e protecionistas, como aumentos de tarifas e a construção de muros e barreiras”, afirmou o líder chinês, que foi à assembleia no lugar de Xi Jinping. “A China tem consistentemente aberto suas portas para o mundo”, acrescentou, dizendo que seu país “espera trabalhar com o resto do mundo para defender os ideais da ONU”.

Os Estados Unidos e seus aliados do Pacífico há muito exigem que a China aceite o status quo, restrinja sua sanha expansionista e permita a liberdade de navegação no estratégico Mar da China Meridional, onde Pequim tem inúmeras disputas.

O governo Trump, embora ainda crítico à China, deixou de defender as convenções internacionais e, em vez disso, enfatizou o poder bruto de sua economia, a mais poderosa do mundo.

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