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Toyota paralisa produção no Brasil após vendaval atingir fábrica de motores

Um vendaval arrancou parte do telhado da fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz, interior de São Paulo, na segunda-feira, 22. O episódio, além de expor a vulnerabilidade da indústria automotiva brasileira a choques climáticos, ameaça desorganizar a operação da quarta maior montadora do país.

A fábrica de Porto Feliz, inaugurada em 2016, é a única da Toyota na América Latina dedicada à produção de motores. De lá saem cerca de 800 unidades por dia, que abastecem as linhas de montagem de Indaiatuba e Sorocaba, responsáveis pelo Corolla e pelo Corolla Cross, dois dos modelos mais vendidos da marca no país. Como a montadora opera sob o sistema just-in-time, mantendo estoques mínimos para reduzir custos, o vendaval que interrompeu Porto Feliz paralisou em poucas horas toda a produção nacional.

Nos primeiros oito meses de 2025, a Toyota emplacou 121.922 veículos no Brasil, equivalente a 7,7% do mercado de automóveis e comerciais leves. A interrupção prolongada ameaça corroer essa fatia.

Sem reposição de motores, aproximadamente 16 mil veículos deixam de ser fabricados a cada 20 dias de paralisação, segundo estimativas baseadas na capacidade instalada das plantas paulistas. Isso ameaça a oferta do Corolla, líder absoluto entre sedãs médios (24.456 unidades vendidas até agosto, com 58% do segmento), e do Corolla Cross, que disputa o crescente mercado de SUVs. Ambos seguirão nas concessionárias apenas até o escoamento dos estoques.

A interrupção também atinge a agenda de lançamentos. O Yaris Cross, previsto para estrear na segunda quinzena de outubro, terá sua chegada adiada indefinidamente. O modelo era visto como aposta estratégica da Toyota para ampliar sua base de consumidores e competir com SUVs compactos de entrada, um dos segmentos mais dinâmicos do mercado brasileiro.

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Em maio do ano passado, a Toyota firmou acordo para encerrar as operações da fábrica de Indaiatuba até julho de 2026, transferindo a produção para Sorocaba, que passará por obras de ampliação. Inaugurada em 1998, a planta de Indaiatuba já produziu mais de 1 milhão de unidades do Corolla, modelo mais emblemático da marca no país. O fechamento faz parte de um plano de reestruturação que integra o pacote de R$ 11 bilhões anunciado para o Brasil até 2030, voltado sobretudo à eletrificação da frota. Agora, porém, a soma das obras de expansão, da realocação e da crise em Porto Feliz lança dúvidas sobre a execução desse cronograma.

Enquanto as linhas estão paradas, a atenção volta-se para os trabalhadores. A empresa apresentou aos sindicatos um plano emergencial: férias coletivas entre 1º e 20 de outubro, seguidas de layoff de 60 dias, prorrogáveis por até 150. A medida, que será votada em assembleia em 29 de setembro, busca preservar empregos, mas evidencia que a retomada não ocorrerá tão cedo.

 

 

 

 

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