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Tortura e morte de três jovens em transmissão ao vivo causa espanto e revolta na Argentina

A morte violenta de três jovens, transmitida ao vivo em uma rede social, tem causado forte repercussão na Argentina. Os corpos de Lara Gutiérrez, de 15 anos, Morena Verdi e Brenda del Castillo, ambas com 20 anos, foram encontrados enterrados no pátio de uma casa em Florencio Varela, na Grande Buenos Aires, na última quarta-feira, 24.

O assassinato teria acontecido na madrugada de sábado, 20, quando uma liderança do tráfico de drogas teria ordenado a tortura e a execução das mulheres que, segundo o jornal La Nación, trabalhavam como profissionais do sexo. As autoridades afirmam que as cenas de extrema violência foram transmitidas em tempo real para um grupo fechado de 45 pessoas na rede social Instagram. Até o momento, 12 suspeitos foram presos por envolvimento no caso.

“Naquela sessão, o capo (líder) do grupo diz: ‘Isso acontece com aquele que rouba drogas de mim”, disse o ministro da Segurança da província de Buenos Aires, Javier Alonso à emissora local TN. A transmissão do crime foi descrita por Alonso como “um ato de disciplina para as meninas, mas também para diferentes membros” da organização, supostamente motivado pelo roubo de 1kg de cocaína e 70 mil dólares.

As vítimas foram atraídas ao local do crime, achando se tratar de um evento. “Foram por vontade própria com alguém que ganhou sua confiança”, diz Alonso. Uma câmera de segurança flagrou o último momento do trio com vida. Na sexta-feira, 19, elas foram vistas entrando em uma van branca em um posto de gasolina de La Tablada, cidade da Região Metropolitana de Buenos Aires.

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O embarque aconteceu às 21h30, e o veículo teria levado as mulheres para o local de seu assassinato. Investigações forenses apontam que as mulheres morreram entre 3 e 6 horas da madrugada no sábado. As vítimas foram espancadas e tiveram partes do corpo amputadas antes de serem mortas. Os investigadores apontam que o assassinato foi premeditado. Na tarde de sexta um grupo de homens teria cavado um poço no pátio da casa onde as jovens morreram.

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A casa pertence a uma organização que fornece drogas para diferentes áreas dos subúrbios ao sul de Buenos Aires. Ao chegar no local na quarta, a polícia encontrou quatro pessoas – dois homens e duas mulheres – limpando a cena do crime. Todos foram presos. Ainda era possível ver manchas de sangue nas paredes e um forte cheiro de cloro no ambiente. Outros oito suspeitos de envolvimento no crime foram presos posteriormente.

“Peço justiça para minha filha, que todos aqueles que têm que pagar paguem”, disse a mãe de Brenda del Castillo, Paula, em declaração a diferentes emissoras locais da Argentina. “Ela era uma boa menina. Nenhuma das três merecia acabar do jeito que acabou”, lamentou. O crime é investigado como homicídio qualificado.

O suposto mandante do crime não foi preso até o momento. Chamado de “Little J” ou “Julito“, o líder da gangue tem 23 anos e é nascido no Peru. Ele teria determinado a realização do ato nefasto para “construir uma imagem de terrorista”. Segundo a emissora TN, a polícia invadiu o bunker do criminoso em Buenos Aires na quinta-feira, 25, mas só encontrou armadilhas elétricas e uma mensagem escrita em um pedaço de papel, direcionada às autoridades.

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A brutalidade dos assassinatos repercutiu na Argentina, país conhecido por ter uma das menores taxas de homicídios da América Latina (3,8 por 100 mil habitantes). A efeito de comparação, o Equador registrou 39 assassinatos por 100 mil habitantes em 2024, e o México apresentou uma taxa de 25,6 mortes no mesmo ano.

Na quarta, milhares de pessoas foram às ruas em Buenos Aires, La Plata, Rosário, Córdoba e outras cidades argentinas para pedir justiça pelo caso. Os manifestantes denunciavam o aumento da violência de gênero no país.

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