O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanayhu, foi recebido com vaias e aplausos no discurso à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), um reflexo da polarização sobre a guerra em Gaza. No púlpito, Netanyahu dedicou a fala às “famílias de nossos queridos reféns, definham nas masmorras de Gaza”. Acredita-se que apenas 20 dos 57 sequestrados mantidos pelos militantes ainda estejam vivos — no final de agosto, Israel conseguiu recuperar um corpo e restos mortais de dois reféns.
O premiê pintou um cenário de vitória generalizada: disse que as forças israelenses controlaram os hutis do Iêmen, aniquilaram a “maior parte da máquina terrorista do Hamas”, incapacitaram o Hezbollah, fazendo referência às explosões de pagers que também mataram civis, derrotaram o regime de Bashar al-Assad na Síria, detiveram milícias iranianas no Iraque e “devastaram” o programa de mísseis do Irã.
“No ano passado, eu subi a este púlpito e mostrei este mapa. Ele mostra a maldição do eixo do terror do Irã. Esse eixo ameaçava a paz de todo o mundo. Ameaçava a paz de todo o mundo, a estabilidade de nossa região e a própria existência do meu país, Israel”, disse ele, segurando um cartaz com um mapa escrito “a maldição”.
“O Irã estava desenvolvendo rapidamente um vasto programa de armas nucleares e um enorme programa de mísseis balísticos. Esses programas não tinham como objetivo apenas destruir Israel; também visavam ameaçar os Estados Unidos e chantagear nações em todos os lugares”, acusou o primeiro-ministro israelense.
Netanyahu afirmou que o Hamas cometeu “atos de selvageria indescritíveis”, o Hezbollah “lançou milhares de mísseis e foguetes contra nossas cidades, aterrorizando nossos cidadãos”, Assad abrigou forças do Irã e os hutis lançaram mísseis balísticos contra Israel enquanto “sufocavam o comércio global”. Ele, então, disse que todos eles foram eliminados ou detidos. A declaração, contudo, é controversa. Em Gaza, a guerra continua e mais de 65 mil palestinos foram mortos — entre eles, 440 por fome, incluindo 144 crianças — desde 7 de outubro de 2023, o que indica que o Hamas ainda não foi asfixiado, como sugere o premiê.
O primeiro-ministro citou a Bíblia ao explicar o nome dado à operação no Irã e disse que os bombardeios entrarão “registros da história militar”. Ele também agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela “ação ousada e decisiva”, referindo-se aos ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas.
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