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As respostas do ‘Careca do INSS’ às acusações da CPMI e da Polícia Federal

O empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o lobista “Careca do INSS”, negou, em depoimento à CPMI que investiga o esquema bilionário de descontos ilegais nas contas de aposentados e pensionistas, participação em qualquer irregularidade, afirmando que suas atividades consistiam em vender, de forma lícita, produtos e serviços a entidades associativas.

Apesar de ter se recusado a responder ao relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), o empresário depois disse a outros parlamentares que as reportagens e as informações vazadas da investigação da PF teriam criado “um enredo fantasioso sobre um personagem que seria responsável por tudo isso que está sendo imposto a esse ‘Careca do INSS’” – que, insistiu, “não é ele”.

Duas testemunhas que a cúpula da CPMI apontava como sócios de Antunes – Milton Salvador de Almeida Júnior e Rubens Oliveira Costa, que prestaram depoimento nas últimas reuniões – seriam, segundo o empresário, responsáveis pela emissão de notas fiscais de serviços efetivamente prestados às associações. O “Careca” afirmou ter colocado os documentos à disposição da PF e, também, da comissão de inquérito. “Trazemos para cá 18 milhões de páginas”, disse.

Antunes declarou à CPMI ter se aproximado do “mercado” de associações de aposentados em 2017, quando era representante comercial de um aplicativo para “instituições que tivessem no seu corpo vários associados, ganhando unidades de real por vida, por utilização de um aplicativo”.

“Nunca controlei associação, não faço parte de estatuto nenhum, não tenho reação perniciosa com ninguém, não delibero em assembleias geral ordinárias ou extraordinárias de quem quer que seja”, alegou.

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O “Careca do INSS” descreveu sua atuação da seguinte forma: “buscar um coletivo e oferecer benefícios reais, com documentos acostados, aqui, do que eu apresento, ao contrário de quem já veio aqui e bagunçou tudo com falácias, com mentiras, porque nenhum documento trouxe falando que ‘tudo é falso, tudo é isso, tudo é aquilo’ e atribuindo a mim a responsabilidade sem nunca ter sentado comigo para uma conversa, para saber quem eu sou, para saber de onde venho e como atuo nos meus negócios”.

Respondendo sobre sua relação com a Arpar Administração, Participação e Empreendimentos, à qual, segundo a PF, transferiu 49 milhões de reais entre 2023 e 2024, Antunes afirmou ter comprado debêntures (títulos de dívida corporativa) da empresa, que seria dedicada à área de tecnologia. Como mostrou VEJA, a Arpar transferiu 3 milhões de reais para o servidor do Senado Paulo Augusto de Araújo Boudens, atualmente lotado no Conselho Político da Casa e ex-chefe de gabinete de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Questionado sobre pagamentos a empresas de Thaisa Hoffmann Jonasson, mulher do ex-procurador do INSS Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho, o depoente disse que “a prática ou a oportunidade de se prestar serviço via um parente de funcionário federal não é crime” e que há “inúmeros exemplos da contratação lícita e do serviço prestado”.

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“É muito fantasioso dizer que tenho paraísos fiscais. Tenho empresa nos Estados Unidos, tenho empresa na Colômbia e tenho empresa em Portugal. Sou empresário na vida privada, próspero, com muito trabalho, com muita dignidade no que eu faço. Não sou, nunca fui e nunca serei, jamais, esse ‘Careca do INSS’ que estão falando”, declarou Antunes.

Ele também alegou que, quando compareceu a uma reunião com o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, estava apenas acompanhando um amigo na condição de “ouvinte”. Disse, na sequência, que suas empresas não têm nenhum contrato com órgãos governamentais, nem federais nem estaduais nem municipais.

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