Presa na penitenciária de Rebibbia, em Roma, desde 29 de julho, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) prestará depoimento nesta quarta-feira, 24, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa perda de mandato da parlamentar diante da condenação imposta pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O depoimento de Zambelli é o único item na pauta da sessão da CCJ desta quarta até o momento. Não é a primeira vez que a deputada participará da reunião da comissão presa. Em 10 de setembro deste ano, ela esteve em uma acareação com o hacker Walter Delgatti Neto, que ficou célebre por ter vazado diálogos da Lava-Jato. e que foi condenado por ter sido seu parceiro na empreitada criminosa
Segundo afirmação feita durante audiência, Delgatti confirmou ter invadido o sistema judicial a pedido de Zambelli para emissão de uma ordem de prisão falsa contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o que ela nega. Zambelli se irritou e disse que foi condenada porque quinze ou dezesseis alvarás de soltura de criminosos de alta periculosidade foram inseridos no sistema do CNJ. Ao final dos questionamentos, Zambelli demonstrou irritação com o hacker. “Desde que conheci você, você sempre sabe o que está falando. Como se tudo que você dissesse fosse verdade, você é mitomaníaco”, disse.
Na Itália, Zambelli divide uma cela com quatro mulheres, que não são fixas, já que o local é de detenção provisória — uma era acusada de matar o pai. No cárcere, costuma ver novelas e um programa popular de charadas. Segundo a defesa da parlamentar, ela tem uma cama própria para dormir, mas se queixa da falta de medicamentos para síndrome de Ehlers-Danlos (que afeta a produção de colágenos). Ela aguarda decisão da Justiça italiana sobre extradição para o Brasil.
