Estrela do cinema europeu, Claudia Cardinale, que morreu hoje aos 87 anos, era também um ícone de beleza que atravessou gerações. Dona de uma graciosidade mediterrânea imediatamente reconhecível — cabelos escuros, olhos expressivos e presença magnética — marcou a moda pela intensidade que imprimia em suas personagens.
Entre os anos 1960 e 1970, seus figurinos em filmes como “O Leopardo”, de Luchino Visconti e “Oito e Meio, de Federico Felini, de quem era musa, ajudaram a redefinir padrões de elegância: vestidos de tecidos nobres, cortes que realçavam a silhueta e uma sensualidade sutil, sem jamais beirar a vulgaridade.
Fora das telas, seu guarda-roupa pessoal — que mais tarde se tornaria objeto de leilões — reunia peças de estilistas como Nina Ricci, Roberto Capucci e Irene Galitzine, um acervo que hoje funciona como retrato vivo da moda feminina do pós-guerra ao início da modernidade. Musa confessa de criadores famosos, entre eles Giorgio Armani, Cardinale ficou conhecida por um estilo atemporal, que unia dois extremos: o glamour e a naturalidade.
Claudia também transmitia muita atitude: era uma mulher forte, livre e sofisticada, que inspirou gerações a enxergar a moda como uma extensão de identidade. O legado da atriz, nascida na Tunísia, segue vivo não apenas na memória do cinema, mas também no universo fashion, em cada releitura contemporânea do charme mediterrâneo que ela encarnou como ninguém.