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O dia em que Lula pagou para ver e fez Trump recuar

Olho no olho pela primeira vez, Lula e Trump tiveram reações diferentes. Enquanto o brasileiro usou o palco da 80ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para chamar o norte-americano de autocrata, a recíproca não foi verdadeira: num claro sinal de recuo, o presidente dos Estados Unidos disse que teve “uma química excelente” com o presidente brasileiro, “que pareceu um cara muito agradável”.

No MMA da política internacional imposta pela extrema direita – aliás, essa rinha de gente que eles definem como esporte -, Lula deu um cruzado de esquerda e Trump jogou a toalha no chão marcando um conversa para semana que vem, não sem antes dizer que ou o Brasil anda com os Estados Unidos ou se dará mal como outros países.

Neste mundo distópico em que autocratas – e, nisso, Lula tem razão – se impõem pelo voto, e não pelos tanques, para depois minar por dentro as instituições democráticas, chamou a atenção o fato de que o petista foi o grande antagonista a ele nesta 23 de setembro de 2025. 

Não quer dizer que será sempre assim, mas uma coisa é certa: Lula se colocou como o maior defensor da palestina na ONU, usando a palavra certa ao definir os crimes de guerra de Netanyahu – sim, se trata de um genocídio em gaza – enquanto Trump fez uma abjeta defesa de Israel dizendo que a culpa é do Hamas. Isso porque não negocia a libertação de reféns. 

Não é preciso nem dizer que essa justificativa é mais que absurda. Desumana.

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Outro momento em que houve grande contraponto entre as duas lideranças políticas foi quando o tema das mudanças climáticas entrou em pauta. 

O petista pediu a atenção do mundo mirando o que os cientistas vêm avisando há décadas – enquanto os sinais estão de eventos extremos estão cada vez mais óbvios – para que a COP 30 seja uma virada nesta agenda antes que seja tarde. Muito tarde.

Já Trump fez o maior discurso negacionista sobre as mudanças climáticas da história, chamando de idiotas e estúpidos todos os que acreditam em aquecimento global, ou “esfriamento global” – sim, ele afirmou que antes esse era o discurso dos ambientalistas “mentirosos”. 

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O presidente dos EUA ainda defendeu o uso de combustíveis fósseis quando o mundo precisa do contrário. 

Em determinado momento lembrou que os EUA deixaram o acordo de Paris porque eles pagavam muito mais que todos os outros países. Para ele, o acordo de Paris é um grande “esquema” – talvez de corrupção.

Lula clamou pela paz da forma mais eloquente possível diante das “guerras e rumores de guerras” que têm se multiplicado. Trump disse que fez com o Irã o que ninguém conseguiu fazer, destruindo locais de construção de ogivas nucleares e matando líderes, sob olhares furiosos dos representantes diplomáticos daquele país. 

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É um embate como nunca se viu entre um presidente brasileiro e um presidente dos Estados Unidos na História. Se houve 39 segundos de química, certeza que se deve a capacidade de Lula de ser diplomático. E não o contrário.

O que acontecerá na reunião da próxima semana é difícil prever, mas esta coluna aposta que dificilmente haverá acordo para o fim do tarifaço ou mesmo das sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro. Podem me cobrar, leitores!

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