Um levantamento da Ativaweb identificou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, ultrapassou a marca de 32 milhões de menções em 60 dias nas redes sociais — Facebook, Instagram, X e TikTok. A análise mostra um quadro de predominância de críticas, vindas tanto da direita quanto da esquerda, revelando a intensidade da pressão digital e a centralidade de seu nome no debate político nacional.
No fim de semana, Motta foi um dos principais alvos das manifestações que repudiaram a aprovação na Câmara da anistia a golpistas e da PEC da blindagem, que protege de investigações deputados e senadores que cometem crimes.
O estudo mostra que Motta identificou esse desgaste e vem operando para tentar melhorar a situação. Dois gestos são destacados nesse campo.
1 – A decisão de indeferir a indicação de Eduardo Bolsonaro como líder da minoria, fundamentada em parecer regimental da Secretaria-Geral da Mesa.
2 – Discurso em vídeo em que Hugo Motta defendeu a necessidade de superar a polarização: “É preciso superar a polarização com muito equilíbrio. O Brasil não pode parar”.
No primeiro caso, segundo Alek Maracajá, presidente da Ativaweb, o movimento, interpretado como sinal de afastamento da família Bolsonaro, repercutiu entre setores da esquerda e “reforçou a postura institucional” de Motta, bastante prejudicada nas últimas semanas.
Já no segundo caso, diz Maracajá, a fala foi lida como um “ato de neutralidade estratégica”, capaz de atrair não apenas simpatizantes de posições progressistas, mas também internautas que rejeitam a “politicagem” e preferem um discurso de avanço, crescimento e futuro para o Brasil.
“Esses movimentos mostram que, em meio a mais de 32 milhões de menções em apenas dois meses, Hugo Motta ensaia uma linha de coerência e pragmatismo. No entanto, é preciso monitorar de perto se essa postura será suficiente para melhorar sua imagem em nível nacional e romper a bolha de rejeição digital”, diz o chefe da Ativaweb.