counter Quem é o ‘homem do sombreiro’ que chamou atenção em protesto em Salvador – Forsething

Quem é o ‘homem do sombreiro’ que chamou atenção em protesto em Salvador

Durante a manifestação contra a PEC da Blindagem e a anistia em Salvador (BA), que reuniu artistas, como Wagner MouraDaniela Mercury, em um trio elétrico, o “homem do sombreiro” chamou a atenção e levantou debates nas redes sociais. Vestido com trajes avermelhados e usando um sombreiro branco feito de renda, ele despertou curiosidades e questionamentos de quem não conhece a cultura baiana. Nas redes sociais, alguns internautas associaram o fato de um homem negro segurar um guarda-sol sobre a cabeça de Wagner e Daniela a uma possível caso de racismo.

O “homem do sombreiro” é Veko Araújo, um dos integrantes do Cortejo Afro, tradicional bloco afro de Salvador. Após a repercussão das redes sociais, ele fez uma publicação rebatendo as afirmações. “Só para os desavisados, sem noção e afins, quando coloco pessoas sobre o sombreiro, não represento um negro que protege ‘branco’. O sombreiro do Cortejo Afro tem outra conotação”, escreveu Veko, informando que o bloco foi convidado por Mercury para subir no trio. “Eu me juntei a uma grande manifestação dominical, democrática, nacional contra a bandidagem. Enfim, não que a opinião de alguns me incomode, até porque a unanimidade é falsa, e como todo artista tem um instrumento, o meu instrumento sagrado é o sombreiro”, continuou.

O artista afirmou ainda que não revelaria o significado do “sombreiro-man” àqueles que não sabem. “É preciso ser de paz, sem pregar o ódio. Vou parafrasear Maria Bethania: ‘você pode não gostar do que faço, mas sou livre, o que não quero é ser refém do que você acha que eu deva ou não deva fazer. Sou livre. E viva a liberdade. Meu nome é Veko Araújo, uma imagem sonora nesse nosso cortejo afro”, completou.

Os comentários citando racismo também foram rebatidos por outros internautas no X. “O sombreiro do Cortejo Afro é símbolo cultural ligado ao candomblé e à tradição baiana. Não é servidão, é ancestralidade e respeito. Pesquisar antes de julgar evita deturpar nossa cultura”, refutou uma usuária da rede ao comentário: “a Bahia continua a mesma. Só mudaram os senhores de engenho”.

Publicidade

About admin