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Guterres condena ‘horrores’ em Gaza e ataques aos princípios fundamentais da ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta terça-feira, 23, que a “escala de morte e destruição” na guerra em Gaza “está além de qualquer outro conflito” testemunhado por ele desde que assumiu a liderança da ONU. Em discurso de abertura na Assembleia Geral, ele condenou os “ataques horríveis” do grupo palestino radical Hamas e demandou a libertação imediata dos reféns mantidos no enclave, mas destacou que “nada pode justificar o castigo coletivo do povo palestino e a destruição sistemática (em Gaza)“.

“Em Gaza, os horrores se aproximam de um terceiro ano monstruoso. Eles são o resultado de decisões que desafiam a própria humanidade. A escala de morte e destruição está além de qualquer outro conflito em meus anos como secretário-geral”, disse ele, alertando que a fome se alastra e as mortes “se intensificam” em Gaza.

O chefe da ONU apelou pelo aumento do fluxo de entrada de ajuda humanitária em Gaza, defendeu a solução de dois Estados e condenou o avanço dos assentamentos judeus, uma violação do direito internacional. Sob aplausos, ele afirmou que “as medidas estipuladas pela Corte Internacional de Justiça devem ser implementadas total e imediatamente”, acrescentando: “Nada pode justificar os ataques horríveis do Hamas. Nada pode justificar o castigo coletivo do povo palestino e a destruição sistemática”.

Em meio à escalada de violência, França seguiu os passos nesta segunda-feira, 22, do Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal no reconhecimento do Estado da Palestina. Os quatro países anunciaram neste domingo, 21, às vésperas da reunião em Nova York, a validação do Estado palestino como um caminho para a solução de dois Estados. Mais de 140 países dos 193 países-membros da ONU, incluindo o Brasil, reconhecem a Palestina. A medida é condenada por Israel e pelos EUA — a missão americana, inclusive, vetou as últimas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Gaza.

“Entramos em uma era de perturbação imprudente e sofrimento humano implacável. Olhem ao redor: os princípios das Nações Unidas que vocês estabeleceram estão sob cerco”, advertiu Guterres.

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Além disso, Guterres destacou a importância do multilateralismo e condenou “países agindo como se as regras não se aplicassem a eles”, no que soou como uma indireta aos Estados Unidos. Ele também disse que o mundo vê “seres humanos tratados como menos que humanos” e dez um apelo: “Precisamos denunciar isso. A impunidade é a mãe do caos e gerou alguns dos conflitos mais atrozes do nosso tempo”.

O secretário-geral abordou a guerra na Ucrânia, onde a “violência implacável continua a matar civis”. Ele pediu por um cessar-fogo e por uma paz duradoura no confronto, iniciado em fevereiro de 2022. Nem Kiev, nem Moscou parecem dispostos a flexibilizar as reivindicações. A Rússia exige que a Ucrânia ceda 20% do seu território, incluindo as regiões de Luhansk e Donetsk, abandone a pretensão de aderir à Otan, principal aliança militar ocidental. Além disso, Putin quer que a Ucrânia se desmilitarize, uma ideia rejeitada pelo presidente ucraniano, Voodymyr Zelensky. Ele também nega abrir mão de parte do país e defende o princípio da soberania, sendo apoiado por aliados europeus.

 

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