Os generais e o almirante que prestaram depoimento nesta quarta, 10, sobre a trama golpista escolheram estratégias que não funcionaram diante das graves acusações que pesam contra eles no processo.
O almirante Almir Garnier, radical dos radicais segundo o delator Mauro Cid, falou pouco, escolheu ser lacônico para se defender, mas não ajudou a desfazer as acusações.
Ao falar da grave reunião no Ministério da Defesa, quando o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira teria apresentado uma versão da minuta golpista, disse não se lembrar o que o então comandante da Aeronáutica Baptista Júnior disse, que não viu qualquer documento.
Depois, manteve uma versão que não se sustenta: disse que a reunião acabou antes de comentar, mas não se lembra porque.
Segundo a acusação, Nogueira apresentou o documento e Baptista Júnior afirmou: “Esse documento prevê a não assunção no dia 1º de janeiro do presidente eleito? E ele falou: ‘sim’. E aí eu falei, não admito sequer receber esse documento, não ficarei aqui”.
Augusto Heleno
O general Augusto Heleno foi outro que teve problemas na estratégia. Optou por não responder os questionamentos do ministro Alexandre de Moraes, e somente às perguntas do seu advogado de defesa.
O problema é que nem essas perguntas, teoricamente combinadas, deram credibilidade para versão do ex-chefe do GSI de Jair Bolsonaro.
O advogado teve que refazer várias vezes as perguntas e parecia bastante irritado, até porque não havia “jantado” ainda. Foi esse defensor que reclamou no dia anterior que não conseguia fazer uma refeição direito.
Paulo Sérgio Nogueira
Outro que teve problemas foi o general Paulo Sérgio Nogueira.
Depois de pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes por determinadas palavras de baixo calão sobre o magistrado expostas nas investigações e fazer uma longa explanação sobre sua versão dos fatos, se irritou de forma bastante clara com o advogado Endrew Farias.
“Vai me perguntar sobre a reunião, cara?”, questionou Nogueira ao seu próprio advogado, expondo que o questionamento sobre a reunião da minuta do golpe não havia sido combinado.
Com isso, o defensor parou a série de perguntas com questionamento sobre reunião em que minuta teria sido apresentada, além de outras questões processuais.
