O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão em desvalorização de 0,52% nesta segunda-feira, 22, recuando para os 145,1 mil pontos. A bolsa de valores passa por um movimento de realização de lucros após atingir sua máxima histórica de 145,8 mil pontos no último pregão e encerrar a semana passada com alta de 2,51%. O dólar, por sua vez, teve alta e ficou cotado a 5,33 reais.
Panorama da bolsa de valores
A bolsa opera de ressaca após bater um novo recorde na sexta-feira, 19, quando ultrapassou os 145 mil pontos. Somado a isso, o mercado operou com cautela em meio às falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do BTG Pactual. No painel, elencou uma série de despesas obrigatórias do governo federal que deveriam ser ajustadas para melhorar o debate acerca do orçamento público. No entanto, faltam “condições políticas favoráveis” para que o Congresso Nacional aprove os ajustes em despesas obrigatórias, segundo Haddad.
A notícia sobre a aplicação de sanções contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do STF, também pesou sobre o principal índice da B3. A medida foi imposta pelo governo Trump, por meio da Lei Magnitsky. Ela impede que a esposa de Moraes realize transações com cidadãos e empresas dos Estados Unidos e bloqueia qualquer bem que tenha no país estrangeiro. “O mercado ainda espera para entender se haverá mais algum tipo de retaliação por parte dos EUA”, afirma Ian Lopes, economista da Valor Investimentos.
Outro aspecto que chamou a atenção dos economistas foi o anúncio da Cosan (CSAN3), companhia do bilionário Rubens Ometto, sobre um aumento de capital de 10 bilhões de reais que deve reduzir em 57% a dívida corporativa da holding. O mercado reagiu com receio ao tamanho da operação, que pode gerar diluição aos acionistas. Em resposta, os papéis da gestora operavam em forte queda de 18,13% perto das 17h.
O setor de bancos do mercado de ações seguiu, em sua maioria, a baixa no Ibovespa. Os papéis do Itaú (ITUB4) desvalorizaram 1,44%. As ações do Santander (SANB11) recuaram 0,89% e as do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram desvalorização de 0,51%. O Bradesco (BBDC3; BBDC4), por outro lado, nadou em direção contrária e teve valorização de 0,26% (BBDC3) e de 0,17% (BBDC4).
Boletim Focus da semana
Entre as notícias econômicas do dia está o Boletim Focus da semana. De acordo com especialistas consultados pelo Banco Central, o IPCA brasileiro deve permanecer em 4,83% ao ano. A projeção se mantém a mesma em relação à semana anterior, porque o mercado ainda não se convenceu de que a inflação convergirá para o centro da meta de 3%, mesmo com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de manter a taxa Selic em 15% ao ano.
Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:
