O secretário de Comunicação do PT, Eden Valadares, afirmou em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, que a esquerda não está se apropriando do discurso nacionalista nem dos símbolos patrióticos, mas devolvendo-os ao povo brasileiro. “Não é a esquerda que está se apropriando do verde e amarelo, da bandeira ou do hino nacional. O que está acontecendo é o fim da apropriação que a direita fez desses símbolos. A sociedade está vendo com clareza quem realmente defende o país e quem se articula com interesses externos”, disse Valadares.
O dirigente petista citou como exemplo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teria buscado articulação junto ao governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump, e argumentou que esse movimento se voltou contra o próprio grupo político. “Está ficando claro quem ama o povo brasileiro e quem coloca seus interesses pessoais ou familiares acima dos da nação”, afirmou.
Para Valadares, há uma diferença fundamental entre os discursos. De um lado, segundo ele, estão aqueles que defendem a aplicação das leis e o cumprimento das penas por parte de quem foi julgado e condenado. De outro, estão setores que, diante de acusações de corrupção ou de ataques à democracia, optam por soluções como projetos de anistia.
“Quando o debate é sobre corrupção, é preciso que a lei valha para todos. O que vemos é parte da direita escolhendo a anistia como caminho, o que representa, na prática, a defesa da impunidade. Isso contraria o espírito republicano”, avaliou.
O secretário destacou ainda que o discurso patriótico, historicamente utilizado pela direita, não se sustenta diante das ações políticas recentes. Para ele, há um “desmascaramento” em curso. “Essas máscaras estão caindo. O povo brasileiro está retomando o orgulho de ser brasileiro, o verde, o amarelo, o azul e o branco como cores de todos, e não de um grupo político”, disse.
Valadares afirmou que o PT aposta em devolver à sociedade valores que considera universais e que transcendem partidos. “A bandeira, as cores e o hino são do povo. A esquerda está apenas resgatando esses símbolos para reafirmar a defesa da democracia, da cidadania e da independência nacional”, concluiu.