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Aumento das taxas de visto de trabalho nos EUA faz ações indianas perderem US$ 10 bi em valor de mercado

As empresas indianas de tecnologia foram surpreendidas com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as taxas dos vistos de trabalho H-1B para novos solicitantes para 100 mil dólares. A medida ameaça diretamente as companhias indianas de terceirização, cujas operações já vinham sendo prejudicadas pela demanda fraca. Por conta da decisão, o índice que reúne empresas do setor caiu 3% em Mumbai, a pior sessão em mais de cinco meses, levando as ações a perderem 10 bilhões de dólares em valor de mercado. Entre as companhias mais impactadas estão Infosys, Tata Consultancy Services e Tech Mahindra.

A Tata Consultancy e a Infosys obtêm grande parte de sua receita nos Estados Unidos, com exportações que chegam a 280 bilhões de dólares. Segundo a estrategista-chefe da Nomad, Paula Zogbi, o mercado reagiu de forma muito negativa ao anúncio de que os Estados Unidos devem dificultar a entrada de estrangeiros cujo principal objetivo é trabalhar no país. Ela reforça que empresas americanas também podem ser prejudicadas, já que muitas contam com grande parte da força de trabalho vinda de outros países. “Parte dos efeitos é, obviamente, sentida nas big techs. Empresas como Amazon, Meta e Alphabet têm milhares de funcionários que se enquadram nesta categoria de vistos, por exemplo.”

Embora a maioria das exportadoras indianas de software tenha reduzido sua dependência dos vistos H-1B desde o primeiro mandato de Trump, a interrupção das operações presenciais representa uma ameaça aos lucros de curto prazo. Para o longo prazo, Paula destaca que movimentos como este podem acelerar a mudança de foco das companhias para modelos de negócios menos vulneráveis, como o nearshoring, a expansão de centros globais de capacidade (global capability centers) e a automação impulsionada por IA.

Enquanto isso, outros países tentam se beneficiar do movimento. O Canadá já corteja ativamente profissionais com vistos H-1B, enquanto países da América Latina, como México e Brasil, emergem como polos estratégicos de nearshoring. O que está em jogo não é apenas o custo de um visto, mas a liderança global em tecnologia, que pode migrar para nações com políticas de imigração mais previsíveis e favoráveis.

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