O governo brasileiro disse ter recebido, “com profunda indignação”, o anúncio dos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 22, de aplicar a Lei Magnitsky contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse se tratar de uma “tentativa de ingerência indevida em assuntos internos brasileiros”, feita a partir de “inverdades”, e que “o Brasil não se curvará a mais essa agressão”.
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“O recurso do governo Trump à Lei Magnitsky, no caso do Brasil, uma democracia que se defendeu, com êxito, de uma tentativa de golpe de Estado, não apenas é uma ofensa aos 201 anos de amizade entre os dois países. Representa também a politização e o desvirtuamento na aplicação da lei, como já manifestado recentemente por um de seus co-autores, o deputado James McGovern”, diz o texto publicado pelo Itamaraty.
Segundo o colunista Robson Bonin, do Radar, o anúncio era esperado desde a semana passada, quando Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, antecipou que Washington miraria novos alvos ligados ao processo que levou à condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. “Uma coisa é punir um ministro do Supremo, que exerce sua função de julgar. Outra, bem diferente, é atingir familiares, com o claro objetivo de causar dano pessoal e político”, disse Bonin, destacando a perplexidade entre os magistrados.