counter O desafio de Moro para manter dianteira na confusa corrida eleitoral no PR – Forsething

O desafio de Moro para manter dianteira na confusa corrida eleitoral no PR

A um ano das eleições de 2026, as disputas aos governos estaduais ainda são tomadas por incertezas e, ao mesmo tempo, pela intensa movimentação de caciques nos bastidores.

Reportagem de VEJA desta semana mostra como colégios eleitorais importantes, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, têm a configuração das candidaturas ainda em aberto.

No Paraná, a construção das chapas que deverão disputar o governo é uma das mais embaralhadas. A última pesquisa Quaest, divulgada em agosto, mostra que o senador Sergio Moro (União Brasil) lidera a corrida, com 38% das intenções de voto. Em um distante segundo pelotão, estão empatados dentro da margem de erro o ex-deputado e vice-prefeito de Curitiba Paulo Eduardo Martins (Novo), o diretor da Itaipu Binacional Enio Verri (PT) e o secretário estadual das Cidades, Guto Silva (PSD), todos abaixo da casa dos dois dígitos.

Nas últimas semanas, Moro assumiu a presidência do União Brasil no Paraná com o sinal verde do presidente nacional da legenda, Antonio Rueda, para construir a sua candidatura ao Palácio Iguaçu no próximo ano. Mas a vida de Moro não será fácil. Um dos obstáculos da sua empreitada acontece dentro do próprio partido, que aprovou uma federação com o PP, o que obriga as duas legendas a caminharem juntas por pelo menos quatro anos. O PP, porém, é comandado no estado pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), que avalia lançar o nome da ex-governadora Cida Borghetti (PP), sua esposa, ao comando do estado 

Já o governador Ratinho Jr. (PSD), potencial candidato à Presidência da República — embora não esteja descartada uma eventual candidatura ao Senado — e principal cabo eleitoral no Paraná, tem o “falso dilema”, como tem sido repetido por aliados, de escolher entre três nomes para apoiar ao governo (no segundo mandato consecutivo, Ratinho Jr. não pode disputar a reeleição).

Continua após a publicidade

Além de Guto Silva, podem receber o apoio do governador o ex-prefeito de Curitiba Rafael Grecca e o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi, todos do PSD. Também de acordo com interlocutores, Ratinho deve pender para Guto. Apesar do baixo índice de conhecimento do auxiliar pelos paranaenses, as pesquisas mostram que o seu desempenho decola quando seu nome é associado ao de Ratinho, cuja gestão é aprovada por ao menos 85% da população.

Quanto a uma possível ameaça da candidatura de Moro, que ainda surfa no espólio do lavajatismo no estado, aliados de Ratinho têm considerado dois entraves no projeto do adversário, para além da indefinição com o PP. O primeiro é que há “zero chance” de qualquer aceno do governador ao ex-juiz devido à atuação de Moro nas eleições municipais de 2024, quando decidiu, em Curitiba, “desafiar” Ratinho — que apoiou o candidato vitorioso Eduardo Pimentel (PSD) — e lançar a esposa, Rosângela Moro, em chapa liderada por Ney Leprevost (União). A dupla teve pouco mais de 6% dos votos na capital paranaense e terminou a disputa em quarto lugar.

O segundo ponto é a figura controversa de Moro dentro do próprio partido: Leprevost disse que o senador acabou “atrapalhando” a candidatura, agregou rejeição à campanha e, “vaidoso”, queria aparecer em todas as inserções eleitorais.

Continua após a publicidade

Outro ponto é que a outrora “República de Curitiba”, como ficou conhecida a trupe lavajatista no seu auge, está dividida. Paulo Eduardo Martins, vice-prefeito da capital, ex-deputado federal pelo PL e hoje filiado ao Novo, deve disputar o governo com o apoio do ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo), ex-chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba e aliado de Moro na operação e nos primeiros passos de ambos na política. Dallagnol teve a sua vitória a deputado em 2022 cassada pela Justiça Eleitoral por irregularidades no registro da candidatura, mas segue sendo um bom cabo eleitoral no estado.

Esquerda

A esquerda também tem muitas dificuldades para construir a sua chapa no estado. Além de não ter um nome definido ao governo (o mais cotado é Enio Verri), o partido saiu muito dividido da eleição interna deste ano, com dois grupos liderados pela ministra Gleisi Hoffman, e pelo deputado Zeca Dirceu — ambos querem ser candidatos ao Senado.

Publicidade

About admin