A Palestina inaugurou uma embaixada em Londres nesta segunda-feira, 22, um dia após o Reino Unido, o Canadá e a Austrália reconhecerem formalmente o Estado da Palestina. O prédio já servia como escritório de representação no território britânico. No X, antigo Twitter, a missão palestina no Reino Unido definiu o dia como “histórico” e um “novo capítulo” na luta por “liberdade e soberania”, além de representar “um primeiro passo para corrigir injustiças do passado”.
“Trata-se de pôr fim à negação do direito inalienável do povo palestino à liberdade e à autodeterminação. E é o reconhecimento de uma injustiça histórica. Senhoras e senhores, a Palestina existe. Sempre existiu e sempre existirá”, disse o representante da missão, Husam Zomlot, na cerimônia de inauguração da embaixada, que contou com o hasteamento de uma bandeira da Palestina no edifício.
Today marked a historic day, a new chapter in the Palestinian struggle for freedom and sovereignty, and a first step towards correcting past injustices.
The team at the Embassy of the State of #Palestine and H.E. Ambassador @hzomlot would like to thank you for joining us today… pic.twitter.com/NBWfv0tQFi
— Palestine in the UK (@PalMissionUK) September 22, 2025
+ Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado Palestino, em movimento simbólico
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Na véspera, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou o reconhecimento do Estado da Palestina para “reviver a esperança de paz entre palestinos e israelenses, e uma solução de dois Estados”. A notícia foi comemorada por Zomlot em comunicado, no qual destacou que a legitimação ocorre “em meio ao genocídio em curso por Israel em Gaza e à limpeza étnica na Cisjordânia”.
“O reconhecimento deve agora ser seguido pela ação. Este passo fundamental deve se traduzir em medidas imediatas, concretas e consequentes para reconhecer e deter o genocídio, acabar com a ocupação e a cultura de impunidade que a sustenta, reverter a expansão de assentamentos ilegais e defender o direito internacional. Isso inclui a adoção de sanções abrangentes, um embargo total de armas e a responsabilização dos responsáveis por crimes de guerra”, acrescentou o embaixador.
O Canadá seguiu os passos do Reino Unido. Nas redes sociais, o primeiro-ministro Mark Carney afirmou que “o Canadá reconhece o Estado da Palestina e oferece sua colaboração para construir a promessa de um futuro pacífico, tanto para o Estado da Palestina como para o Estado de Israel”. Com isso, Ottawa e Londres tornam-se os primeiros membros do G7, grupo que reúne os países mais industrializados do mundo, a validar o Estado palestino.
A Austrália também “reconheceu formalmente o independente e soberano Estado da Palestina” e “reconhece as aspirações legítimas e antigas do povo palestino de ter um Estado próprio”, disse o primeiro-ministro Anthony Albanese ainda no domingo, 21, acompanhando os outros dois países. Além deles, espera-se que a França cumpra a promessa e anuncie o reconhecimento na Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontecerá entre 23 e 29 de setembro. Mais de 140 países, incluindo o Brasil, já reconhecem o Estado da Palestina.