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Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado Palestino, em movimento simbólico

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou que o Reino Unido reconheceu formalmente um Estado Palestino, uma decisão que contraria a “oposição veemente” dos Estados Unidos e de Israel. A medida, alinhada com ações semelhantes do Canadá e da Austrália, faz parte de uma iniciativa coordenada para promover a paz em Gaza e reviver a esperança de uma solução de dois Estados.

O reconhecimento é simbólico. Starmer fez questão de esclarecer que a medida não recompensa o Hamas, e que o grupo não terá “qualquer papel na futura governança do povo palestino”. A prioridade, segundo ele, é a libertação de reféns e o fim da violência. A decisão era esperada, já que Starmer havia sinalizado em julho que o reconhecimento ocorreria a menos que Israel concordasse com um cessar-fogo e permitisse a entrada de ajuda humanitária.

Reações geopolíticas

A decisão britânica é significativa devido ao seu papel histórico na região. O Reino Unido foi o país que, em 1917, lançou as bases para a criação do Estado israelense com a Declaração Balfour, que prometia um “lar nacional para o povo judeu”. A segunda parte da declaração, que afirmava que os direitos do povo palestino não seriam prejudicados, foi ignorada por décadas. Para Husam Zomlot, chefe da missão palestina no Reino Unido, o reconhecimento corrige um “erro da era colonial” e acaba com a “negação da nossa existência”.

Apesar da oposição dos EUA e de Israel, o Reino Unido não está isolado. Mais de 140 países já reconheceram a Palestina, e espera-se que outros, como a França, sigam o exemplo. Críticos, no entanto, argumentam que o reconhecimento é uma “ação vazia”, dado que o território palestino está dividido entre a Cisjordânia e Gaza, sem uma capital internacionalmente reconhecida. Além disso, a decisão foi condenada por governos ocidentais que a consideram uma recompensa ao Hamas pelo ataque de 7 de outubro de 2023.

Análise da mudança

A mudança de tática do Reino Unido reflete uma preocupação crescente de que a solução de dois Estados esteja se tornando “quase impossível”. Essa dificuldade é atribuída à devastação e ao deslocamento em Gaza e à expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, uma área reivindicada pelos palestinos.

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Segundo analistas, o reconhecimento tem “peso simbólico e histórico” e visa manter viva a discussão sobre a solução de dois Estados. No entanto, sem a adesão dos Estados Unidos, a iniciativa pode ter pouco impacto prático. A decisão deixa clara a crescente preocupação britânica com o futuro do conflito.

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